Crise: projeção de inflação para 2015 chega a 9,99% e já encosta no teto da meta no próximo ano

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Enquanto a presidente Dilma Vana Rousseff diz que o momento é de “travessia”, os números da economia mostra que o caos é muito maior do que parece, com chance de piora daqui para frente. De acordo com o Boletim Focus, do Banco Central, divulgado nesta segunda-feira (9), os economistas preveem que em 2016 a taxa básica de juro (Selic) deve alcançar a marca de 13,25% ao ano, contra 13% da previsão anterior. Para este ano, os especialistas creem que a Selic permanecerá estável, encerrando o período em 14,25%.

Esse cenário mostra que o governo não cumprirá a promessa de levar a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), para o centro da meta (4,5%) no próximo ano, missão que já foi transferida para 2017, mas que não tem garantia de sucesso.

Em relação ao mais temido fantasma da economia, a inflação, os analistas do mercado financeiro apostam que o IPCA chegará a 6,47%, acima do centro da meta e 0,18 ponto percentual acima da previsão da semana anterior. Em relação a 2015, os economistas fixaram a inflação em 9,99%, contra 9,91% da previsão anterior. Isso significa que a inflação oficial está perto de estrear na faixa dos dois dígitos. Trata-se da oitava alta consecutiva do índice oficial de inflação.

No que se refere ao aumento dos chamados “preços administrados”, a projeção do mercado chegou a 17% em 2015, contra 16,50% divulgado no levantamento da última semana. Em relação ao próximo ano, a previsão para os “preços administrados” é de alta na casa de 6,95%, contra 6,75% da aposta mais recente. Em outubro, o IPCA acelerou a alta a 0,82%, maior nível do índice para o mês ao longo de treze anos, resultado que teve como vilões o reajuste dos preços dos combustíveis e a valorização do dólar.

Apesar do agora anoréxico entusiasmo do governo em relação à economia brasileira, o mercado financeiro estima uma retração ainda maior para o Produto Interno Bruto (PIB) deste ano e do próximo. Para 2015, os especialistas preveem recuo de 3,10% do PIB, décima sétima previsão negativa consecutiva. Se confirmada a expectativa, será o pior resultado do PIB em 25 anos, ou seja, desde 1990, quando foi registrada queda de 4,35%. Por outro lado, para o ano vindouro a retração do PIB saltou de 1,51% para 1,90%.

Refém da incompetência que grassa na Esplanada dos Ministérios e carente de articulação política eficiente, o governo atual deverá enfrentar problemas econômicos por longos meses, pois a dificuldade para aprovar as medidas de ajuste fiscal impede que o Brasil saia do atoleiro. O retorno da CPMF, que para os palacianos é questão primordial, ficará para o próximo ano, uma vez que o Congresso não tem interesse em aprovar medida tão impopular.

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