Atolada no Petrolão, na Pixuleco II e no pântano paraguaio, Gleisi surta e diz ser “perseguida”

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Não há limite para a face lenhosa da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR). Denunciada por dois delatores da Operação Lava-Jato – Alberto Youssef e Paulo Roberto Costa – por ter embolsado R$ 1 milhão do Petrolão e principal investigada pela Operação Pixuleco II, na qual estaria encalacrada de forma indireta no desvio de R$ 52 milhões, a petista é suspeita de envolvimento em obra superfaturada com dinheiro brasileiro no Paraguai (US$ 81 milhões).

Mesmo com essa montanha de evidências comprometedoras, Gleisi alega que está sendo “perseguida” e afirma “desconhecer” as acusações que pesam contra ela, mas conhecidas por todo o País. Na última sexta-feira (6), em Curitiba, ao participar do lançamento da campanha “Mais Mulheres na Política”, Gleisi não conseguiu escapar, como de costume, da imprensa e falou ao jornal Folha de Londrina.

“Continuo desabafando porque está muito difícil. Mas desconheço o conteúdo do processo, não sei o que aconteceu. Agora tenho que esperar. Os advogados estão tentando ter acesso a todo o processo e vamos esclarecer tudo isso até porque não tenho nada a ver com o assunto”, disse em referência à Operação Pixuleco II, que investiga desvio de R$ 52 milhões envolvendo o Ministério do Planejamento, na à época comandado pelo marido da senadora, Paulo Bernardo da Silva. Desse total, R$ 9 milhões foram parar na conta bancária do advogado de Gleisi e Paulo Bernardo, o petista curitibano Guilherme Gonçalves, que passou a pagar contas da senadora, inclusive o salário do seu motorista.

Rubens Chueire Jr., repórter da Folha de Londrina, detalhou o esquema e relatou que Gleisi diz sentir-se perseguida. A petista manifestou-se sobre a decisão do STF que, em setembro, decidiu desmembrar da Operação Lava-Jato as investigações sobre suposto repasse de dinheiro da Consist Software para pagamento de suas despesas e do marido, entre outros. A Polícia Federal também suspeita que a empresa teria pagado, entre 2010 e 2015, R$ 52 milhões em propina em troca de um contrato de gerenciamento de crédito consignado em folha de servidores públicos firmado no âmbito do Ministério do Planejamento.

A questão foi analisada pelo STF após o juiz federal Sérgio Moro ter enviado documentos apreendidos no escritório do advogado Guilherme Gonçalves, em Curitiba, durante a décima oitava fase da Lava-Jato, que apontariam indícios de ligação com a senadora. O advogado, que já trabalhou nas campanhas eleitorais de Gleisi, foi ouvido no inquérito e alegou que usava honorários advocatícios da Consist para pagar despesas de clientes do escritório, como da senadora ou de pessoas a ela ligadas.

Segundo Gleisi, mesmo depois da decisão do ministro Teori Zavascki tê-la tirado da alçada do rigoroso juiz Sérgio Moro, ainda se sente uma “perseguida”.

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