A Lufthansa anunciou o cancelamento de 929 voos nesta segunda-feira (9) – quase um terço dos 3 mil voos do dia do Grupo Lufthansa –, afetando cerca de 113 mil passageiros.
Até o início da tarde, três voos do partindo da Alemanha com destino ao Brasil neste ano haviam sido cancelados. São eles: os voos das 21h55 e das 22h15 (hora local) de Frankfurt para São Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente, e o voo das 22h20 (hora local) de Munique para São Paulo. Na última sexta-feira (6), o voo das 22h15 (hora local) de Frankfurt para o Rio de Janeiro havia sido cancelado.
O sindicato dos comissários de bordo Ufo anunciou que a greve, que começou na última sexta-feira e teve uma pausa no domingo, continuará na terça-feira. Nos aeroportos de Frankfurt e Munique – que aderiu à paralisação nesta segunda-feira–, apenas os voos de longa distância serão afetados, e no aeroporto de Düsseldorf, também os de curta distância.
Segundo o sindicato, a greve deve prosseguir até a próxima sexta-feira (13), sem afetar as subsidiárias da Lufthansa, como Germanwings e Eurowings. De acordo com o presidente do Ufo, Nicoley Baublies, ainda não houve contato entre a companhia aérea e o sindicato.
Baublies responsabiliza a Lufthansa pelo agravamento do conflito. Desde a tarde de quinta-feira, a companhia teria interrompido o contato com o Ufo. A Lufthansa discorda: “A última nota da empresa para o sindicato foi entregue na sexta-feira à tarde.” A diretoria da Lufthansa e o vice-presidente do departamento Lufthansa Passage devem se reunir nesta segunda-feira para discutir as consequências da greve.
A empresa afirmou em comunicado que a greve é “uma ação completamente desproporcional” e que fará o possível para que o seu impacto seja o menor possível para os passageiros. A Lufthansa disse ainda que os clientes serão informados “assim que possível” sobre o status de seus voos e, em caso de cancelamento, quando houver possibilidade, a empresa oferecerá opções alternativas de viagem.
Com base na experiência de greves anteriores, a empresa prevê uma perda diária de milhões, na casa dos dois dígitos, disse um porta-voz da Lufthansa. Analistas estimam que uma greve em todas as rotas da companhia, isto é, voos europeus e intercontinentais, gera uma perda diária de 20 milhões de euros nos lucros.
Dois anos de impasse
A disputa entre o sindicato do pessoal de cabine e a Lufthansa já se arrasta há quase dois anos. Os motivos principais do impasse são as regras de pensão complementar e de transição para a aposentadoria dos 19 mil comissários de bordo.
Esta é a primeira paralisação do pessoal de cabine da maior companhia aérea europeia na atual rodada de negociação coletiva.
A Lufthansa trava uma batalha também com os pilotos. Devido à disputa tarifária da categoria, a empresa enfrentou em setembro deste ano sua 13ª greve em dezoito meses. A ação foi suspensa pelo Tribunal Regional do Trabalho do Estado de Hesse, mas o impasse ainda não foi resolvido. (Com agências internacionais)