Joaquim Barbosa afirma que o Brasil será humilhado quando os EUA começarem a julgar o Petrolão

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Na quarta-feira (11), o ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, declarou no 10º Seminário Internacional da Acrefi (Siac), em São Paulo, que o Brasil e os brasileiros enfrentarão verdadeira humilhação assim que começarem os primeiros julgamentos, pela Justiça dos Estados Unidos, dos envolvidos nos esquemas de corrupção na Petrobras e da FIFA.

Para reforçar sua opinião acerca dos escândalos de corrupção, o ex-ministro destacou, com direito a lamento, o fato de o Brasil ser signatário da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) em acordo para evitar a corrupção entre empresas. Na opinião de Barbosa, mesmo estando ciente do tal acordo, o governo brasileiro ainda titubeia nessas práticas.

“A tolerância à corrupção pode causar danos aos investidores. A falta de ética pode ser deletéria na formação de preços, encarecendo-os, desde o mais simples aos supérfluos”, alertou.

Barbosa também destacou que, quanto ao Brasil, há uma preocupação generalizada com a confusão que se faz no País entre o público e o privado. Para o ex-presidente do STF, a chave para a solução são mais mecanismos de controle e transparência, algo que, ao contrário dos discursos dos palacianos, inexiste no País.

Em relação ao julgamento do caso Petrobras pela Justiça norte-americana, é importante ressaltar o caso pode ganhar contornos ainda maiores. Isso porque a legislação dos Estados Unidos combate de forma implacável a corrupção, mesmo que cometida no exterior, mas também e principalmente porque os envolvidos no Petrolão usaram, de forma direta ou indireta, o território e o sistema financeiro estadunidenses para lavar dinheiro do esquema criminoso que durante décadas funcionou na estatal brasileira.

Fora isso, fundos de pensão o país investiram muito dinheiro na Petrobras, crentes de que as informações divulgadas pela empresa petrolífera verde-loura eram verdadeiras e confiáveis. No momento em que a Justiça dos EUA começar a proferir as primeiras sentenças, por certo os brasileiros saberão como se combate a corrupção, já que nessa república bananeira em que se transformou o Brasil a roubalheira parece ser um sustentáculo da classe política local.

Por enquanto, sem uma sentença judicial e para não causar um incidente diplomático, as autoridades norte-americanas ainda não colocaram a presidente Dilma Rousseff na alça de mira, mas podem fazer isso com Lula a qualquer momento. Afinal, o esquema de corrupção criado por José Janene foi implantado na Petrobras com a anuência explícita do então presidente brasileiro.

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