“Da forma como funciona hoje, era melhor que o BNDES não existisse”, afirma procurador junto ao TCU

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Responsável por investigar no âmbito do Tribunal de Contas da União (TCU) contratos de empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) com suspeitas de irregularidades, o procurador Marinus Marsico, disse nesta quarta-feira (18) a deputados que o funcionamento do banco de fomento, nos atuais moldes, é pernicioso para a economia do país.

“Da forma como funciona hoje, era melhor que o BNDES não existisse”, declarou Marsico.

A afirmação foi feita durante reunião, ocorrida no TCU, que contou com a presença de membros da CPI do BNDES. Nenhum parlamentar da base governista esteve no encontro.

Marsico afirmou que a investigação dos contratos do BNDES atrasou em função da negativa do banco em fornecer as informações solicitadas pela Corte. Contudo, depois que os dados chegaram e com o auxílio de outras fontes, pode concluir que os contratos, principalmente os informacionais, prejudicaram as contas públicas do Brasil.

O procurador atestou que os critérios de financiamentos de exportação de bens e serviços são obscuros. As garantias dadas por alguns países para obtenção do dinheiro do banco também foram classificadas como questionáveis.

Para o deputado Betinho Gomes (PSDB-CE), integrante da CPI, é imprescindível que o procurador leve todas estas informações até o conjunto da CPI. Marinus Marsico foi objeto de um convite da oposição, mas a proposta foi rejeitada no colegiado pelos governistas, há cerca de quinze dias.

“Agora fica muito evidente porque o governo barrou a ida do procurador à CPI. As observações que ele fez serão fundamentais para que o banco mude a forma de atuar. Hoje, o BNDES causa prejuízos enormes à economia”, disse o parlamentar.

Deputados de oposição defenderam que o procurador seja ouvido na Câmara na próxima quarta-feira. O presidente da CPI, Marcos Rotta (PDMB-AM), prometeu estudar o assunto.

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