Em evento nacional em Brasília, o PMDB não criticou o desgoverno de Dilma Vana Rousseff, mas também não defendeu a administração da petista. Considerando que o PMDB vinha ameaçando desembarcar do governo, a postura do partido foi considerada morna pelo Palácio do Planalto, que mesmo assim não gostou do que viu.
Durante o encontro de peemedebistas, a legenda apresentou uma proposta clara e contundente de ruptura com a atual política econômica, o que irritou Dilma, que não perdoou o silêncio de ministros peemedebistas, como Eliseu Padilha (Aviação Civil), Helder Barbalho (Portos) e Henrique Eduardo Alves (Turismo). Os peemedebistas estrelados, que têm cargos no governo, não saíram em defesa da presidente da República e podem enfrentar um processo de fritura, pois Dilma Rousseff PE rancorosa e vingativa, apesar de estar vivendo um falso momento “paz e amor”.
O PMDB mudou de estratégia e passou a jogar para a plateia (leia-se população brasileira), até porque continua de olho na cadeira de Dilma, que dependendo do desfecho poderá ser ocupada pelo vice Michel Temer. Aliás, Temer disse, durante o evento, que encerrará sua vida pública ao final de 2018, mas destacou que se o governo quiser adotar algumas das propostas econômicas apresentadas pelo partido, ficará muito feliz.
Ao contrário do que diz em público, Michel Temer não mais defende Dilma nos bastidores. Procurado há meses pela presidente para reassumir a coordenação política do governo, Michel simplesmente rechaçou o pedido. A algumas pessoas próximas, quando perguntado sobre o impeachment de Dilma, o peemedebista se limita a responder que está pronto para cumprir o que manda a Constituição Federal. Ou seja, até o terno da posse já deve ter sido escolhido. Só resta saber se Eduardo Cunha aceitará algum dos dez pedidos de impeachment que ainda estão estacionados na Câmara dos Deputados.
Para minimizar o estrago, o governo escalou o ministro Edinho Silva, da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, para falar sobre o assunto. Disse Edinho que o PMDB ajuda o governo cotidianamente e que o partido tem o direito de pensar diferente. Palavrório que não convence, pois Dilma é avessa ao contraditório.
Se as palavras de Edinho Silva tinham por objetivo lançar uma cortina de fumaça sobre o desconforto palaciano, a emenda saiu pior do que o soneto, Isso porque no Palácio do Planalto a sensação é de que o PMDB começou um processo de desembarque, algo que o UCHO.INFO vem noticiando há meses.
Os palacianos creem que esse processo de desenlace será lento e em doses homeopáticas, principalmente porque o partido foi beneficiado na recente reforma ministerial, mas não é assim que a cúpula peemedebista pensa. O PMDB quer ter candidato próprio em 2018 e para tanto precisa desvincular-se do governo desde já, pois reverter a crise econômica atual não é tarefa fácil e os resultados práticos, mesmo que módicos, só começarão a aparecer depois do fim do atual governo, caso Dilma comece a fazer a lição de casa a partir de hoje.
Considerando que a falta de articulação política dificultará a vida do governo no Congresso Nacional no tocante à aprovação das medidas de ajuste fiscal, por exemplo, a crise econômica deve continuar avançando rumo ao despenhadeiros. Isso significa que quanto mais crescer a crise, menor será o período até o desembarque do PMDB.