Impeachment: líder do PPS diz que demora de Cunha gera desconfiança sobre “acordão”

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Líder do PPS na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno (PR) afirmou nesta quinta-feira (19) que a demora do presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), em dar um parecer sobre os dez pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), que dormitam no Parlamento e têm o apoio da oposição, gera desconfiança sobre um “acordão” envolvendo a abertura do processo contra a petista e o julgamento que o peemedebista enfrenta no Conselho de Ética.

Para o parlamentar paranaense, os primeiros sinais desse “acordão” puderam ser observados no início da sessão do Conselho de Ética que decidiria pela continuidade ou não do processo contra Cunha, quando uma “tropa de choque” atuou para protelar o andamento dos trabalhos da comissão.

“Não quero acusar ninguém, mas é evidente que gera a desconfiança de que a decisão sobre o impeachment está sendo usada como moeda de troca com relação ao posicionamento das bancadas no processo de quebra de decoro parlamentar contra o presidente Cunha no Conselho de Ética”, disse o líder do PPS.

Fora isso, Cunha, que como afirmou o UCHO.INFO está a usar as chicanas regimentais para minimizar o próprio calvário, abriu a “ordem do dia”, o que impede a continuidade de qualquer atividade na Câmara, exceto a do plenário da Casa. Com isso, a sessão do Conselho de Ética será nula, mesmo com a pressão exercida pelos adversários do presidente da Casa, pois terá de ser respeitado o que dispõe o Regimento Interno.

Para Rubens Bueno, é estranho que a Presidência da Câmara, que possui uma assessoria capacitada, não tenha, até o momento, conseguido dar um parecer técnico sobre a admissibilidade ou não do pedido de impeachment protocolado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal.

“Falta de capacidade não é. O tempo para a análise é mais do que suficiente, já que o pedido foi entregue no dia 21 de outubro. Então, algo estranho está acontecendo. É preciso que o presidente Eduardo Cunha esclareça o motivo da demora, até porque a questão do impeachment não pode ser usada como moeda de troca”, cobrou o parlamentar, que fará esse questionamento também no plenário da Câmara.

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