Fabricantes do Viagra e do Botox anunciam fusão; negócio criou o maior grupo farmacêutico do planeta

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A farmacêutica americana Pfizer, fabricante do Viagra e do Lipitor, anunciou a compra da empresa irlandesa Allergan, produtora do Botox, na segunda-feira (23), em um acordo avaliado em torno de 160 bilhões de dólares.

A empresa resultante da fusão será o maior grupo farmacêutico do mundo, levando em consideração o volume de vendas de cerca de 64 bilhões de dólares. A fusão é também a maior anunciada em 2015, superando o acordo de 121 bilhões de dólares entre as gigantes cervejeiras Anheuser-Busch InBev e SAB Miller , divulgado em outubro.

A transação foi aprovada pelos conselhos de ambas as empresas e está prevista para ser concluída no segundo semestre de 2016. A nova companhia terá o nome de Pfizer PLC e continuará sendo liderada pelo chefe-executivo da Pfizer, Ian Read.

Para fins legais, a sede oficial da nova multinacional será na Irlanda, um país onde os impostos corporativos são baixos, mas a sede operacional ficará em Nova York. O acordo será feito de uma forma que a empresa menor, a irlandesa Allergan, tecnicamente comprará a maior, a Pfizer.

Assim, o acordo das farmacêuticas é também o maior negócio já fechado de inversão de impostos – manobra controversa com a qual empresas americanas incorporam companhias estrangeiras visando diminuir suas obrigações tributárias. O presidente dos EUA, Barack Obama, tem chamado essas inversões de antipatrióticas e tentou reprimir a prática.

O pré-candidato democrata às eleições presidenciais americanas, Bernie Sanders, condenou a fusão e instou o governo Obama a bloquear o acordo. “A fusão da Pfizer-Allergan seria um desastre para consumidores americanos, que já pagam os preços mais altos do mundo para medicamentos prescritos”, alertou.

O acordo ainda tem de ser aprovado pelos acionistas e órgãos reguladores de EUA e União Europeia. Uma vez concluída, a companhia resultante da fusão será listada na bolsa de valores de Nova York e suas ações serão negociadas sob o ticker já existente da Pfizer PFE. Esses são indícios de que o negócio pode ser considerado mais uma aquisição da Allergan pela Pfizer do que uma fusão igualitária.

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