De olho no “Efeito Orloff”, Gleisi votou pelo relaxamento da prisão do “companheiro” Delcídio Amaral

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Uma antiga e genial campanha publicitária da Vodka Orloff dizia: “Eu sou você amanhã”. A propaganda gerou o conceito o “Efeito Orloff”, que faz referência à tenebrosa ressaca sugerida pela campanha para quem for imprudente na escolha do destilado a ser ingerido.

Na quarta-feira (25), ao votar pela revogação da prisão do senador petista Delcídio Amaral (MS), determinada pelo Supremo Tribunal Federal mediante inequívoca tentativa de obstrução às investigações da Operação Lava-Jato, Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR) teria sentido na pele o tal “Efeito Orloff”, até porque amanhã poderá estar na mesma situação.

O procurador-geral da República, Rodrigo Janot Monteiro de Barros, definiu como “tipicamente mafioso” o comportamento de Delcídio Amaral, que ofereceu a Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, uma mesada no valor de R$ 50 mil, além de uma rota de fuga, para que o ex-diretor da Petrobras não citasse o seu nome e o do banqueiro André Esteves na delação premiada, cujo acordo foi selado na última semana.

No caso da ex-chefe da Casa Civil, são tantas e tão graves as denúncias, que não causará surpresa se, a qualquer momento, a senadora e seu marido, o ex-ministro Paulo Bernardo da Silva (Planejamento e Comunicações), vierem a ser presos por seu envolvimento nos ilícitos investigados pela Operação Lava-Jato.

Denunciada por dois delatores – Paulo Roberto Costa e Alberto Youssef – de ter recebido R$ 1 milhão de propina, dinheiro do Petrolão, o maior esquema de corrupção da História, Gleisi Hoffmann é investigada por uma força-tarefa do Ministério Público Federal de São Paulo por seu envolvimento na 18ª fase da Operação Lava-Jato, a Pixuleco II.

A Pixuleco II investiga fraudes cometidas no âmbito do Ministério do Planejamento (quando era comandado pelo marido de Gleisi) pelas empresas do Grupo Consist Software, que fecharam contratos sem licitação a pasta, provocando desvio de R$ 52 milhões na área de empréstimos consignados. Nada menos que R$ 9 milhões desses recursos desviados foram parar nas contas do advogado de Gleisi e Paulo Bernardo, o curitibano Guilherme Gonçalves.

Gleisi tem motivos de sobra para desconfiar que pode seguir a sina do “Efeito Orloff” e ser, amanhã,o senador Delcídio de saias.

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