Antes de decidir por prisão de Delcídio, Teori Zavascki mostrou fatos “chocantes” a ministros do STF

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Na última terça-feira (24), o ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF) e relator dos processos decorrentes da Operação Lava-Jato, fez reunião de emergência, em caráter informal, com colegas da 2ª Turma da Corte em seu gabinete. O objetivo era avisá-los com antecedência que autorizaria a prisão do senador Delcídio do Amaral (PT-MS) e tentar obter apoio antecipado de seus pares para a medida considerada excepcional e extrema.

Os ministros da 2ª Turma – Celso de Mello, Gilmar Mendes, Dias Toffoli e Cármen Lúcia – iniciaram a reunião resistindo à medida. Porém, fatos mostrados pelo relator eram, segundo um dos magistrados presentes, “tão chocantes”, que todos concordaram que a prisão era imprescindível.

Antes mesmo de saber dos fatos envolvendo o senador petista, Teori Zavascki já dizia aos mais próximos e a colegas do STF “que o pior ainda está por ser revelado”.

O ministro deve estar se referindo à delação premiada de Nestor Cerveró, que ele homologou há alguns dias. O próprio Zavascki define o ex-diretor da Petrobras como um homem que “sabe muito”. O ministro-relator é uma das poucas pessoas que têm pleno conhecimento do conteúdo, aparentemente explosivo, das revelações de Cerveró.

A declaração do ministro Teori Zavascki confirma a tese do UCHO.INFO de que Delcídio Amaral não reuniu-se com o filho do ex-diretor da Petrobras para tratar de assuntos do seu interesse, mas de alguém muito poderoso ligado ao líder do governo no Senado. Do contrário, uma reunião desse calibre, com proposta tão espúria, não teria sentido.

O mesmo se aplica à situação do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, que foi preso por determinação do STF no mesmo dia em que o senador petista foi detido pela Polícia Federal. Como já mencionado em matéria anterior do site, o envolvimento de Esteves no caso deve ir além do que foi revelado até agora.

Não se pode decretar a prisão de alguém que teve o nome mencionado em uma reunião como a de Delcídio e Bernardo Cerveró. Se for apenas essa a razão da prisão de Esteves, o banqueiro deveria ter sido conduzido de forma coercitiva para depor. Nada além. Há muito mais confusão por trás do mais novo imbróglio da República, que está no início.

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