Cunha acolhe pedido de impeachment de Dilma e aciona o devaneio de petistas e governistas

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Foi grande o desespero dos governistas, na noite de quarta-feira (2), após o anúncio de que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), havia acatado o pedido de impeachment de Dilma Vana Rousseff, assinado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaína Paschoal. De igual modo ficou evidente que a chamada base de apoio já tinha preparado um discurso cansativo e fora de propósito: o do golpe.

A cantilena de que os partidos de oposição não aceitam o resultado da corrida presidencial de 2014 e tentam reverter o resultado das urnas é inaceitável, pois Dilma cometeu crime de responsabilidade e deve pagar por seus atos, de acordo com o que determina a Constituição Federal.

A essa altura dos acontecimentos não cabe qualquer declaração por parte dos petistas para tentar inviabilizar aquilo que é absolutamente legal, mas afirmações absurdas e excesso de vitimização tomarão conta do cenário nacional de agora em diante, até porque o governo e o PT precisam se agarrar em algo para justificar tantas lambanças.

Uma das primeiras declarações coube ao deputado federal Henrique Fontana (PT-RS), que afirmou que Eduardo Cunha não tem legitimidade para aceitar o pedido de impeachment da presidente da República. Fato é que Cunha tem tanta legitimidade no cargo quanto Dilma. Por isso não se deve embarcar nessa verborragia insana de um desesperado que usa a eloquência para salvar um governo corrupto, perdulário, incompetente e paralisado.

Um dos mais pífios líderes que o PT já teve na Câmara, o deputado Sibá Machado (AC), que sempre é alvo de galhofas por causa de suas declarações estapafúrdias, foi buscar inspiração na eleição de 2014 para defender a indefensável Dilma. “O nível da campanha do ano passado foi o mais baixo possível contra a presidenta Dilma, disse o líder Sibá Machado”. Se o nível da campanha presidencial do ano passado foi baixo, a queda coube a Dilma Rousseff, que mentiu de forma escandalosa ao tentar vender aos eleitores a ideia de que o Brasil é uma versão moderna e tropical do País de Alice, aquele das maravilhas que só a fábula exibe.

Embalados pela fala do ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, petistas fizeram coro para afirmar que Cunha se valeu da chantagem antes de aceitar o pedido de impeachment da presidente. Por conta dessa tese, o PT e aliados pretendem recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para anular a decisão do presidente da Câmara, como se o Brasil já fosse a Venezuela. É sabido que o STF está aparelhado pelo governo, mas se a máxima instância do Judiciário nacional acatar essa teoria rasteira o Brasil entrará em colapso.

O auge do desespero foi destilado na fala da deputada Jandira Feghali (RJ), líder do PCdoB na Câmara. Em dado momento, a deputada comunista, com um linguajar que remete aos mequetrefes botecos de esquina, disse aos oposicionistas: “daqui a pouco você vão bater um champanhe com o Eduardo Cunha”. Feghali foi além e disse que havia um acordo entre o presidente da Câmara e a oposição. Se o acordo de fato ocorreu, não há qualquer ilegalidade. Ademais, não há armação maior do que a do governo, que loteou a Esplanada dos Ministérios, base da corrupção, para garantir apoio no Congresso.

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