Planalto tentar atrair Michel Temer para a defesa de Dilma, mas vice limita-se a dar conselhos à petista

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Horas depois do anúncio de que fora aceito, pelo presidente da Câmara dos Deputados, pedido de impeachment de Dilma Rousseff, os palacianos começaram a trabalhar para atrair o vice Michel Temer para o olho do furacão.

Durante encontro na manhã desta quinta-feira (3), Temer disse estar à disposição para ajudar na estratégia de defesa do governo. Pelo menos essa é a informação dada pelos assessores de Dilma, mas não confirmada pela assessoria do vice.

Michele Temer, por sua vez, disse que apenas aconselhou a presidente a manter uma postura constitucional e não entrar em novos conflitos com Eduardo Cunha para evitar o agravamento da crise. Cunha, que agora partiu para o “tudo ou nada”, ainda pode aceitar outros dois pedidos de impeachment, o que complicaria ainda mais a situação da petista.

O movimento de aproximação de Dilma na direção de Michel Temer tem uma explicação: na comissão especial que analisará o pedido de impeachment, o bloco liderado pelo PMDB tem 25 parlamentares que integrarão o colegiado. Ou seja, a presidente sabe que precisa do apoio do PMDB, que já trabalha nos bastidores com a possibilidade de Temer assumir o poder em breve, pelo menos por seis meses, caso vingue o processo de impedimento.

Por outro lado, Michel Temer ainda não esqueceu a fritura que a presidente lhe impôs por ocasião do momento mais crítico do governo, antes dessa crise que se instalou depois do acolhimento do pedido de impeachment. Aliás, Cunha não agiu sem antes consultar o vice-presidente da República, que já disse que depois de 2018 encerrará a carreira política.

Michel cuidava da articulação política quando disse que era preciso alguém para unir o País. Foi o bastante para Dilma rifá-lo publicamente com declarações desconexas, como sempre acontece. Tempos depois, Dilma procurou pela vice diversas vezes para que ele reassumisse a função, mas o peemedebista agradeceu o convite.

Recentemente, a pessoa próxima e fora do círculo político, Michel Temer disse que está pronto para cumprir seu papel constitucional e que não moverá uma palha para salvar Dilma. Isso significa que o movimento do PMDB, nas coxias do poder, para detonar a presidente tem mandante.

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