Agindo a favor de Dilma e contra Temer, líder do PMDB na Câmara pode amanhecer sem o cargo

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Arrogante, prepotente e dona de comportamento explosivo, a presidente Dilma Vana Rousseff continua se humilhando diante de câmeras e microfones no afã de conquistar o apoio do vice Michel Temer, comandante nacional do PMDB.

Desde o acolhimento do pedido de impeachment da petista pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Michel temer tem fugido de Dilma assim faz lúcifer em relação à cruz. Alvo de salamaleques palacianos de todos os tipos, Temer tem evitado qualquer declaração em prol da presidente, que corre o sério risco de ser apeada do poder em decorrência do claro desrespeito à Lei de responsabilidade Fiscal.

Durante almoço na capital paulista, no último sábado (5), Temer disse a amigos que nada fará para salvar a presidente da República, que chegou ao ridículo de afirmar que sempre confiou no vice. Ao contrário do que vocifera, a presidente jamais “engoliu” Michel Temer, desde quando o peemedebista foi imposto por Lula, em 2010, como candidato a vice na chapa de Dilma.

É sabido que na política a palavra “não” simplesmente inexiste, mas Michel temer está disposto a manter sua posição de não amparar a presidente da República no momento em que o pedido de impeachment está prestes a tomar um rumo diferente do esperado pelos palacianos.

O cenário do impeachment passou a exibir contornos tão preocupantes ao longo do dia, que Temer cancelou a agenda que tinha na capital paulista na noite desta segunda-feira (7) para seguir viagem a Brasília. No Palácio do Jaburu, residência oficial do vice-presidente da República, o peemedebista reuniu-se com integrantes da cúpula do partido, em especial os favoráveis ao impedimento de Dilma.


Entre os muitos assuntos que recheiam o cardápio do encontro está a possibilidade de apear Leonardo Picciani da liderança do PMDB na Câmara dos Deputados. Isso porque Picciani há muito vem trabalhando para favorecer Dilma, que lhe ofereceu a Secretaria de Aviação Civil como recompensa pelo apoio de última hora. Até a última semana, a Secretaria estava sob a batuta de outro peemedebista, Eliseu Padilha, pessoa do estrito círculo político de Temer.

Ejetar Picciani da liderança do PMDB tornou-se uma questão de honra para Michel Temer, além da necessidade de manter o poder no âmbito partidário, que não pode ser desafiado por um parlamentar que chegou ao Congresso com 23 anos de idade e, três mandatos depois, está a negociar com o governo como se fosse uma das velhas raposas da política nacional, contrariando as diretrizes da legenda.

Esse comportamento autoritário de Picciani, que se esforça para exalar “bom mocismo” e camuflar suas ações, é fruto da aproximação do PT e do Palácio do Planalto em relação ao PMDB do Rio de Janeiro. Nos domínios do Cristo Redentor os petistas contam com o apoio incondicional do governador Luiz Fernando Pezão.

Se Leonardo Picciani terá uma boa noite de sono é difícil afirmar, mas ele corre o risco de romper a terça-feira (8) fora da liderança do PMDB. No caso de a estratégia se confirmar, Dilma terá dado largos e importantes passos na direção da guilhotina política. Enquanto isso, Michel Temer começa a pensar na cor da gravata que usará na posse, pois o despejo da presidente será uma questão de tempo.

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