Operação Zelotes: Justiça autoriza a quebra dos sigilos de Gilberto Carvalho e Luís Cláudio Lula da Silva

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A Justiça Federal, com base em pedido formulado pelo Ministério Público Federal, autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal, desde 2009, de pessoas e empresas investigadas na Operação Zelotes, que desmontou um esquema de propinas no Conselho de Administração de Recursos Fiscais, o CARF. Entre os alvos da decisão judicial estão o ex-ministro Gilberto Carvalho, homem de confiança de Lula, e o empresário Luís Cláudio Lula da Silva, filho do ex-presidente da República (agora palestrante e lobista de empreiteira).

Em outubro deste ano, quando foi deflagrada nova etapa da Operação Zelotes, a PF passou a decifrar os negócios de um grupo de empresas que manipulava julgamentos no âmbito do CARF e negociava incentivos fiscais por parte do governo para favorecer montadoras de automóveis. O benefício fiscal se dava por meio de compra de medidas provisórias, como, por exemplo, a que prorrogou a isenção de IPI dos automóveis.

Segundo a Polícia Federal, o ex-ministro Gilberto Carvalho tinha um conluio com lobistas suspeitos de pagamento de propinas para a obtenção de benefícios fiscais, através das MPs. Durante as investigações, a PF obteve documentos que apontam a relação de Carvalho com pelo menos duas empresas que integravam o esquema criminoso.


No tocante ao pródigo filho de Lula, três empresas registradas em nome de Luís Cláudio foram alvo de ações de busca e apreensão na Operação Zelotes. A medida irritou o ex-presidente da República, que de chofre chegou a criticar o ministro da Justiça, José Eduardo Martins Cardozo. O episódio também criou um clima de animosidade entre Lula e Dilma, que por enquanto não foi desfeito totalmente.

A Polícia Federal afirma que a LFT, empresa de Luís Cláudio Lula da Silva recebeu R$ 2,5 milhões do escritório de advocacia Marcondes e Mautoni, investigado por agir de forma supostamente ilegal no processo de aprovação da 471, que beneficiou o setor automotivo.

Por outro lado, o advogado do filho de Lula diz que, em depoimento à PF, seu cliente explicou que a LFT prestou serviços à Marcondes e Mautoni nos anos de 2014 e 2015 e isso recebeu os valores que constam de contrato

Na sequência das investigações, a PF descobriu que a consultoria em marketing esportivo prestada por Luís Cláudio ao escritório de advocacia se limitou a cópia de textos já publicados na internet.

A partir dessa descoberta, que se deu após o defensor de Luís Cláudio entregar cópias dos trabalhos, a situação do filho do ex-presidente complicou ainda mais. O que pode ter provocado a decisão de quebra de sigilos.

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