Alegam inocência, dizem que de nada sabem, gravitaram na órbita da corrupção, apostaram na impunidade. Eis a radiografia genérica de todos os presos na Operação Lava-Jato, que interrompeu o maior e mais acintoso escândalo de corrupção da história, o Petrolão.
Há muito sem trabalhar, alguns dos alvos da Lava-Jato não apenas conseguem manter o estilo nababesco de vida das respectivas famílias, mas financiam defesas milionárias. No espectro do Petrolão a média dos honorários dos advogados está na casa de R$ 3 milhões, podendo, em alguns casos, bater em R$ 5 milhões ou mais. Tudo depende da complexidade da defesa, de quanto o meliante subtraiu do dinheiro público e principalmente do status profissional do advogado.
Muito tem se falado sobre os valores bloqueados e as cifras devolvidas ao Estado brasileiro pelos apanhados com a mão na botija, mas ninguém quer saber de onde esses alarifes tiram dinheiro para custear seus advogados. Não se trata de duvidar da idoneidade dos causídicos que atuam na seara da Operação Lava-Jato, mas de cobrar uma explicação daqueles que desviaram verdadeiras fortunas dos cofres daquele que em algum momento da história foi uma das maiores petroleiras do planeta.
Lula, o malandro profissional, agora circula pelo planeta para regurgitar inocência e afirmar que a Lava-Jato só tornou-se uma realidade por causa do PT, pois ele, o lobista de empreiteira, jamais soube do que acontecia nos bastidores da Petrobras. Independentemente do que diz Lula, fato é que o butim bilionário foi dividido e serviu a muitos senhores. Essa miríade de discursos insanos não mais tem espaço na vida dos brasileiros de bem, que na última década foram obrigados a financiar um partido político que acertadamente já foi rotulado como organização criminosa.
A sociedade verde-loura vem comemorando os resultados da Operação Lava-Jato, cuja primeira denúncia partiu do editor do UCHO.INFO, mas o cidadão prefere não se inteirar do escândalo para compreender a extensão do tumor que consome a dignidade de cada um.
Dos presos por ordem do juiz federal Sérgio Fernando Moro, responsável na primeira instância do Judiciário pelos processos da Lava-Jato, ao menos dois deixaram as manchetes da imprensa nacional, como se nada tivessem feito ou fossem inocentes perseguidos. São eles: José Dirceu de Oliveira e Silva e João Vaccari Neto.
Vaccari Neto, que presidiu a conturbada e corroída Cooperativa Habitacional dos Bancários do Estado de São Paulo, a Bancoop, foi premiado com o cargo de tesoureiro do PT apenas porque conseguiu segurar o rojão em que se transformou a entidade cujos recursos foram criminosamente desviados para a campanha de Lula em 2002. Preso na Lava-Jato por integrar o esquema do Petrolão e acusado por muitos delatores de ter recebido dinheiro de propina na forma de doação de campanha, Vaccari é defendido por um dos mais conceituados criminalistas do País. E advogado desse naipe, que defende um cliente tão enrascado, não cobra pouco, pelo contrário.
José Dirceu, que na maior parte do primeiro mandato de Lula foi uma espécie de comissário palaciano, não foge à trilha percorrida pelo do “companheiro” Vaccari. Aliás, Dirceu foi além, pois conseguiu engordar a conta bancária mesmo enquanto cumpria pena de prisão no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília. Por meio de sua empresa de consultoria, a JD, o outrora Pedro Caroço faturou alto com serviços de lobby, que na verdade, segundo os que o acusam, serviram para camuflar o dinheiro da propina proveniente dos negócios fechados na esfera da Petrobras e de outras estatais.
De todos os petistas presos, José Dirceu é o mais disciplinado. Sem externar na maior parte do tempo sinais excessivos de riqueza, tomou algumas decisões acertadas após ser mandado ao cárcere, tirando de si os holofotes da desconfiança alheia. Sua família deixou uma confortável casa localizada em área nobre da capital federal, mudando-se para apartamento mais modesto (mas nem tanto) na cidade que abriga o centro do poder. No Estado de São Paulo, mais precisamente na aprazível cidade de Vinhedo, a casa de Dirceu continua intacta e conservada. A reforma desse imóvel localizado em condomínio de luxo em Vinhedo foi custeada com dinheiro de propina e custou alguns milhões. Do total, R$ 1,3 milhão foi pago pelo lobista Milton Pascowitch, também preso na Operação Lava-Jato.
Assim como João Vaccari Neto, o ex-chefe da Casa Civil contratou um advogado à altura das transgressões que cometeu. E como tal esse defensor não cobra pouco. Aliás, cobra muito porque é competente. Apenas para ilustrar o cenário, os próprios advogados já informaram à Justiça que Dirceu encerrou as atividades de consultoria.
Como mencionado acima, este portal não duvida da idoneidade de ambos os advogados, até porque a origem dos recursos utilizados para o pagamento de honorários é de responsabilidade do cliente. Contudo, é preciso saber onde José Dirceu e João Vaccari, que estão sem trabalhar, buscam dinheiro para manter defesas milionárias. Sempre lembrando que a crise econômica avança de forma assustadora e todo aquele que trabalha quer ser devidamente recompensado. Não causará surpresa se parte desses honorários for paga no exterior, se é que isso já não ocorreu. Afinal, no PT já existe precedente. Que o diga o marqueteiro Duda Mendonça.