Ministros da Saúde e da Agricultura adotam discursos irresponsáveis, mas Dilma prefere o silêncio covarde

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Fosse uma governante de pulso e fazendo jus ao cargo que ocupa, a presidente Dilma Rousseff teria demitido nos últimos dias ao menos dois ministros: Marcelo Castro, da Saúde, e Kátia Abreu, da Agricultura. Mas isso nem mesmo em sonho há de acontecer, pois a presidente da República é frouxa, além de incompetente.

Há dias, diante do avanço das notícias sobre casos de microcefalia em várias regiões do País, em especial no Nordeste, o ministro da Saúde, que já deu mostras que é um paraquedista no cargo, sugeriu que as pessoas passassem a usar calça comprida como forma de evitar as picadas do Aedes aegypit, mosquito transmissor do Zika vírus, entre outras doenças, como dengue e febre chikungunya.

Em qualquer país minimamente sério, com autoridades responsáveis, Marcelo Castro já teria sido demitido, mas Dilma prefere fazer ouvidos moucos diante de tamanho absurdo, pois carece de apoio no Congresso Nacional por conta do pedido de impeachment que aguarda uma decisão do Supremo Tribunal Federal acerca do respectivo rito. Depois da roubalheira que esvaziou os cofres da Petrobras e provocou prejuízo bilionário à estatal, o mínimo que o brasileiro poderia esperar é qualidade na saúde pública.

Considerando que o Brasil é o país do faz de conta, a população sequer esboça qualquer reação diante de declaração tão irresponsável como a do ministro Marcelo Castro. Por certo o uso da calça comprida foi adotado por muitas pessoas, que não consegue avaliar a extensão sandice vociferada pelo ministro da Saúde, que deveria pelo menos se empenhar para que a saúde pública apresentasse parcos índices de melhora. Como o ministro assumiu o posto no rastro do escambo político que reina na Praça dos Três Poderes, a saúde pública brasileira continuará no atoleiro do caos.

Em relação a Kátia Abreu, a declaração da ministra foi igualmente insana. Dias após o encerramento da COP21, em Paris, onde a participação do Brasil para a obtenção de um acordo sobre o clima foi elogiada, inclusive com direito a telefone de Barack Obama à presidente Dilma, a ministra da Agricultura abusou do besteirol, como se a sociedade fosse obrigada a conviver com discursos utópicos e irresponsáveis.


Kátia Abreu disse que o desmatamento desenfreado no Brasil aconteceu para criar “uma das melhores e mais produtivas agropecuárias do mundo”. “Que bom seria se pudéssemos produzir tudo o que produzimos sem ter desmatado uma árvore”, completou a ministra.

Kátia Abreu mostrou com esse palavrório descabido que não sabe o que diz, mas Dilma deveria ao menos ter chamado a atenção da ministra, pois é inaceitável que um integrante do governo justifique de forma simplista e debochada um ato ilegal e criminoso.

Como a ministra da Agricultura parece desconhecer as graves consequências do desmatamento, o UCHO.INFO sugere a Kátia Abreu que transfira seu gabinete para uma das margens dos reservatórios que compõem o sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de água de parte da capital paulista.

A crise hídrica que afeta o País, prejudicando inclusive a geração de energia a partir das hidrelétricas deveria ser motivo mais que suficiente para Kátia Abreu modular o próprio discurso e procurar saber sobre o tema, mas a ministra prefere regurgitar o primeiro pensamento que vem à mente.

Resumindo, um país que tem Dilma Rousseff com presidente e Kátia Abreu e Marcelo Castro como ministros não tem o direito de sonhar com dias melhores. Ou seja, cada povo tem o governante que merece.

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