Levantamento feito pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) indica que 33,3% dos consumidores brasileiros usarão o dinheiro da segunda parcela do décimo terceiro salário para quitar dívidas. De acordo com os números, 27,1% irão guardá-lo. Divulgada hoje (14), a pesquisa foi feita com 1,2 mil pessoas em 72 municípios do país, entre 14 a 28 de novembro.
Segundo a Associação Comercial, esse é o maior porcentual de consumidores cautelosos (60,4%) – somatória daqueles que guardarão o décimo terceiro ou decidiram gastá-lo para pagar dívida – desde 2009, quando a pesquisa começou a ser feita. Em 2014, essa parcela atingiu 50%.
“Isso demonstra um crescimento da desconfiança do brasileiro em relação ao atual momento econômico do País. Os resultados também indicam, como já era esperado, que o Natal em 2015 será bastante modesto”, informou, em nota, Alencar Burti, presidente da ACSP.
O levantamento mostra que 14,6% dos entrevistados comprarão presentes com o salário extra de fim de ano e 6,3% vão viajar (em 2014 essa parcela era de 9,5%). A opção “comprar roupa nova para as festas de fim de ano” foi citada por 2,1% dos entrevistados (no ano passado essa parcela chegou a 1%). “Reformar a casa” foi lembrado por 1% (em 2014 foram 2,4%). Em 2015 os indecisos somaram 14,6%, ante 16,7% em 2014.
A situação só não é pior porque muitos brasileiros optaram por deixar as dívidas de lado, guardando o dinheiro da segunda parcela do décimo terceiro salário para enfrentar as inevitáveis despesas que abrem o ano, como matrícula e material escolar, IPVA e outros compromissos. Fora isso, muitos decidiram reservar o dinheiro do chamado abono de Natal para situações emergenciais, já que o fantasma do desemprego continua assustando cada vez mais.
Por outro lado, como avanço da inflação oficial, que deve encerrar o ano acima de 10,5%, os brasileiros preferiram destinar o dinheiro do 13º salário para ajudar na sobrevivência, pois o mais temido fantasma da economia continua corroendo o poder de compra da remuneração do trabalhador.
Com esse cenário que retrata de forma clara o caos que se instalou na economia, torna-se cada vez mais difícil fazer um prognóstico sobre o futuro, já que o governo federal insiste em não enxergar a crise econômica com a responsabilidade necessária.