Segundo projeções da Confederação Nacional da Saúde (CNS), entidade dos prestadores de serviços do setor da saúde, em 2016 a inflação médica deverá atingir seu recorde histórico, chegando em 20%.
No jargão de mercado, inflação médica é a variação de custos médicos e hospitalares, cálculo que inclui a mudança de preços e também o aumento da frequência de uso de serviços de clínicas, laboratórios, hospitais etc.
De acordo com o Boletim Focus, organizado pelo Banco Central, a expectativa para a inflação dos demais preços é de cerca de um terço disso – o IPCA deve ser de 7,04%.
Para Maurício Lopes, vice-presidente de Saúde da seguradora SulAmérica, essa diferença “não é exclusividade do Brasil”. “A inflação médica versus a ordinária flutua entre duas vezes e cinco vezes ao redor do mundo”, destaca.
O aumento decorre de novas tecnologias, que custam caro, e do envelhecimento da população, que passa a precisar mais de assistência médica, ressalta Tércio Kasten, presidente da CNS.
“É muito preocupante. As seguradoras precisarão repassar o aumento, mas as empresas que contratam planos não vão ter dinheiro”, afirma Kasten.
Os segurados de planos coletivos, que receiam perder seus emprego, buscam mais o serviço, o que pressiona a inflação médica, diz Irlau Machado, presidente da NotreDame Intermédica.
“E há expectativa de epidemia de dengue, que onera hospitais de forma contundente”, finaliza.