No país da “saúde quase perfeita”, microcefalia avança e número de casos chega a quase 3 mil

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Em meados de 2006, quando dava os primeiros passos na campanha rumo à reeleição, Luiz Inácio da Silva, o lobista-palestrante que está mira da Polícia Federal, disse que a saúde pública no Brasil estava a um passo da perfeição. Uma mentira descomunal que o próprio Lula reconheceu mais tarde, alegando que à época precisou ultrajar a verdade como forma de garantir votos.

Nove entre dez brasileiros sabem que a saúde pública sempre foi ruim e piorou sobremaneira na última década, a ponto de muitas pessoas morrerem na fila dos hospitais, enquanto os políticos recorrem aos mais renomados e caros centros médicos do País. O melhor e mais recente exemplo dessa falência que avança no sistema público de saúde é o Rio de Janeiro, onde o governador precisou passar o chapéu para evitar o colapso do setor, que pode voltar a assombrar os fluminenses dentro de alguns poucos meses.

Para se ter ideia do caos que toma conta da saúde pública, nesta terça-feira (29) o Ministério da Saúde informou que foram registrados em todo o País 2.975 casos suspeitos de microcefalia em recém-nascidos. Além disso, pelo menos 40 mortes suspeitas de microcefalia relacionada ao Zika vírus estão sob investigação médica. O levantamento de dados foi realizado até o dia 26 de dezembro e referem-se a 656 municípios de vinte estados brasileiros.

A irresponsabilidade do governo federal no caso do Zika vírus, que foi detectado pela primeira vez no País em abril deste ano, está em duas frentes distintas. A primeira delas está relacionada à decisão de transferir a estados e municípios o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da febre chikungunya e do Zika vírus. Sem contar a ineficiência da vigilância sanitária, que não consegue controlar os turistas vindos de regiões onde proliferam as chamadas doenças de terceiro mundo.


A segunda frente onde repousa irresponsabilidade do governo está na crise econômica e na equivocada política econômica adotada pelo PT ao longo de doze anos. Quando o então presidente Lula anunciou a redução do IPI para diversos segmentos da indústria brasileira, como forma de enfrentar a crise internacional, o UCHO.INFO afirmou que se tratava de uma medida criminosa e impensada, cujos desastrosos resultados surgiriam em poucos anos.

Isso porque o governo federal estava fazendo cortesia com o chapéu alheio, uma vez que o IPI contribui para o Fundo de Participação dos Estados e o Fundo de Participação dos Municípios. Com a queda na arrecadação, que não foi compensada pelo aumento do consumo, estados e municípios passaram a receber menos recursos relativos ao IPI, o que comprometeu os respectivos orçamentos. Diante dessa situação, governadores e prefeitos foram obrigados a cortas gastos, o que comprometeu muitos serviços essenciais, como o combate ao Aedes aegypti.

No momento em que o Estado do Rio de Janeiro pede socorro para evitar o colapso na saúde pública, reflexo dessa segunda frente de irresponsabilidade do governo federal, é possível imaginar o que está ocorrendo em estados menos aquinhoados, onde são precários os investimentos em saneamento básico e outros serviços necessários à garantia rasa da saúde.

Quando o UCHO.INFO criticou duramente a medida populista de Lula, que acreditava ter encontrado a solução mágica para impulsionar a economia, o staff palaciano se limitou a acusar-nos de torcer contra o Brasil, de sermos adeptos do “quanto pior, melhor”. Como resposta a esse ataque covarde e insensato, afirmamos que um cipoal de problemas surgiria em questão de anos, comprometendo o funcionamento do Estado como um todo.

O tempo passou e a prova do que anunciou este portal aí está para ser conferida. Não se trata de bola de cristal ou profecia do apocalipse, mas de pensamento cartesiano e lógico, sempre atendo-se à complexidade bandoleira dessa barafunda chamada Brasil.

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