Jaques Wagner abusa da insensatez ao tentar travestir a crise econômica e minimizar o caos

(Arisson Marinho - Secom-BA)
(Arisson Marinho – Secom-BA)

Definitivamente os integrantes da cúpula do governo de Dilma Rousseff sofrem de autismo político e esquizofrenia administrativa. Isso porque os palacianos não se rendem à grave crise econômica que chacoalha o País e tira o sono dos brasileiros em todos os cantos do território nacional.

Ministro-chefe da Casa Civil, o petista baiano Jaques Wagner insiste em um discurso que foge da realidade quando o assunto é a crise econômica. Nesta segunda-feira (4), primeiro dia útil de 2016, Wagner usou as redes sociais para discorrer sobre os dois assuntos que preocupam o governo neste início do ano: o impeachment e a crise econômica.

Por meio de suas contas no Twitter e no Facebook, Jaques Wagner afirmou que a presidente da República está confiante em relação ao processo de impedimento que tramita na Câmara dos Deputados e que o governo não apenas reconhece os erros que cometeu na economia, mas está trabalhando para solucioná-los.

“Temos plena consciência de alguns erros que cometemos e das dificuldades que precisamos vencer na economia, mas impopularidade não é crime. É um defeito, um problema que vamos seguir trabalhando para resolver”, escreveu o ministro da Casa Civil.

Após o conjunto de medidas do ajuste fiscal, o Palácio do Planalto prepara um pacote de medidas para tentar tirar o País da crise e fazer a economia voltar a crescer. Uma das iniciativas será retomar as atividades do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o chamado “Conselhão”, que serve para nada, exceto para enganar os empresários e acalmar os ânimos dos sindicalistas.

Sobre o impeachment, Jaques Wagner afirmou que o processo “não sobreviverá aos primeiros testes na Câmara”. Para o petista, o rito estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) anulou as “manobras” do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o que “acabou com a banalização e a tentativa de uso político do impeachment”.


“Vamos obter muito mais dos que os 171 votos necessários para barrá-lo, porque esse processo não tem fundamentação jurídica para seguir em frente”, disse.

Considerado o fato de que o Brasil ainda é uma democracia, que como tal garante de forma clara o direito à livre manifestação do pensamento, Jaques Wagner pode postar o que quiser nas redes sociais, mas boa parte da opinião pública não acredita na enxurrada de mentiras palacianas, que servem apenas para ludibriar os incautos.

O anúncio feito por Wagner faz parte da estratégia do PT, cujo objetivo é impedir o derretimento do partido, em especial em 2016, ano de eleições municipais. Ao contrário do que afirma o chefe da Casa Civil, a presidente não reconhece os erros crassos cometidos na condução da política econômica, pois a admissão da culpa seria um suicídio político.

Em relação a medidas para solucionar a crise, o governo caminha na contramão da lógica, uma vez que o Banco Central deve aumentar ao longo do ano a taxa básica de juro, a Selic, que, segundo os economistas, deve encerrar 2016 na casa de 15,25%.

Nesse cenário de antagonismos vale ressaltar que a elevação da Selic, sob a desculpa de conter a inflação, é uma medida obtusa, pois a alta do IPCA em 2015 se deu no vácuo da majoração dos preços da energia elétrica e da gasolina, temas diretamente relacionados ao governo. No momento em que a inflação sobe por conta dos chamados preços administrados, não pelo excesso de demanda, há na equipe econômica do governo uma tremenda dificuldade de enxergar o óbvio.

Mantida a decisão do BC de elevar a Selic, a economia brasileira tende a sangrar ainda mais, o que culminaria em recuo do PIB além dos 2,95% já previstos pelo mercado financeiro. A situação é tão crítica, que o Banco Central descartou a possibilidade de a inflação convergir para o centro da meta (4,5%) em 2017, o que poderá ocorrer em 2018, caso Deus realmente seja brasileiro, como prega o folclore fanfarrista que sobra nessa barafunda chamada Brasil.

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