EUA investigam como radicais islâmicos que agem como terroristas têm passaportes venezuelanos

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Autoridades norte-americanas investigam como passaportes venezuelanos foram parar nas mãos de extremistas islâmicos que agem como verdadeiros terroristas e parte do Oriente Médio. A investigação começou no tempo de Hugo Chávez e avançou ao longo da era de Nicolás Maduro, por suspeitas de encobrir terroristas através da sua rede diplomática, revela o diário espanhol “ABC”.

Uma das denúncias mais recentes partiu de um diplomata venezuelano colocado no Iraque que diz ter sido ameaçado por um extremista suspeito de pertencer ao Hezbollah, apoiado pela Síria, conhecido como Tamimy, a quem recusou um passaporte, após a polícia de Bassorá ter sido informada de que o homem tinha vários documentos de identificação venezuelanos falsos.

“Você não sabe com quem se meteu”, teria dito o suspeito depois de o diplomata ter ajudado a mulher e o filho de Tamimy a regressarem à Venezuela. “Pode ligar ao Maduro e dizer- quem sou, vai ficar sem trabalho”, acrescentou. A verdade é que o diplomata foi retirado do seu posto e está sem receber salários.


De acordo com o ABC, em 2007, Maduro, enquanto ministro dos Negócios Estrangeiros de Chávez, teve uma reunião secreta em Damasco, Síria, com Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah. Naquele encontro ficou acertado que a Venezuela apoiaria aquela que é considerada por vários países uma organização terrorista, fornecendo armas, passaportes e participação no narcotráfico internacional.

No ano seguinte, Timimy foi detido em Caracas, quando tentava embarcar para Damasco com mais de 2 kg de cocaína e usando documentos falsos iraquianos e venezuelanos. Timimy foi condenado a oito anos de prisão, mas passados dois foi colocado em liberdade condicional e não foi visto até fevereiro de 2015, quando confrontou o diplomata venezuelano.

Além de Tamimy, os Estados Unidos também investigam outros suspeitos de conexão com organizações radicais do Oriente Médio e que têm ligações com a Venezuela. O diplomata que revelou a história de Tamimy denunciou também irregularidades na emissão de documentos pelas representações diplomáticas venezuelanas na região. Um funcionário da embaixada no Iraque, que confirmou esses procedimentos a uma jornalista, em novembro, apareceu degolado pouco depois.

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