A câmara de instrução do Comitê de Ética da FIFA recomendou, na terça-feira (5), uma sanção de nove anos de suspensão de todas as atividades relacionadas ao futebol e uma multa de 100 mil francos suíços (cerca de 400 mil reais) para o ex-secretário-geral da federação, Jérôme Valcke.
A câmara de instrução recomendou as punições por uma série de violações do código de ética da FIFA, entre elas a “suposta violação das normas gerais de conduta” e “aceitar presentes e outros benefícios”.
Valcke foi afastado do cargo de secretário-geral da FIFA em 17 de dezembro de 2015, depois de relatos na imprensa o terem ligado à venda ilegal de ingressos para a Copa do Mundo de 2014, no Brasil. O francês negou as acusações e disse que elas são “fabricadas e revoltantes”.
Jérôme Valcke era o braço direito do presidente da entidade futebolística, o suíço Joseph Sepp Blatter, que foi banido do futebol pelo Comitê de Ética. O francês ficou famoso por ter dito, durante os preparativos para a Copa de 2014, que os brasileiros precisavam de um chute no traseiro para terminar as obras a tempo.
Ele foi secretário-geral de 2007 a 2015. Antes, havia sido diretor de marketing de 2003 até o final de 2006, quando foi afastado por causa de negociações de patrocínio com a operadora de cartões de crédito Visa, apesar de a concorrente Mastercard ter um direito de preferência por ser parceira de longa data da FIFA.
Em 8 de outubro, a Comissão de Ética da FIFA determinou a suspensão provisória de Valcke. O prazo de 90 dias se encerra nesta terça-feira. Por isso, até que saia a sentença definitiva, a câmara de instrução solicitou que a suspensão provisória seja ampliada para mais 45 dias.
A decisão final sobre Valcke caberá ao presidente do Comitê de Ética, Hans-Joachim Eckert, que em dezembro baniu Blatter e o presidente da UEFA, Michel Platini, do futebol por oito anos. (Com agências internacionais)