Governo comunista de Pyongyang confirma teste nuclear com bomba de hidrogênio

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Um tremor de magnitude de 5,1 graus na escala Richter foi registrado nesta quarta-feira (6) na Coreia do Norte, próximo ao principal centro de testes nucleares do país comandado pelo ditador Kim Jong-un, informaram autoridades sul-coreanas e o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS, na sigla em inglês).

O USGS revelou que o epicentro do tremor foi registrado no nordeste da Coreia do Norte, a cerca de 50 km de Kilju, na mesma zona onde se encontram instalações nucleares norte-coreanas, informou a agência de notícias France Presse.

Um funcionário da agência meteorológica da Coreia do Sul disse que acreditava que o terremoto foi provocado artificialmente, sem entrar em detalhes. O país realizou anteriormente três detonações atômicas no mesmo local.

Funcionários do governo sul-coreano não puderam confirmar imediatamente se o abalo sísmico ocorreu devido a uma explosão nuclear ou a um terremoto natural, de acordo com informações da agência e notícias AP.

A Coreia do Norte realizou seu terceiro teste nuclear em fevereiro de 2013, dando sinais de que avançava no plano de construção de uma ogiva pequena o suficiente para ser montado em um míssil capaz de atingir a costa do continente norte-americano.

Por volta de 1h da madrugada desta quarta-feira (horário de Brasília), o governo norte-coreano afirmou que divulgaria informações sobre o ocorrido. “Haverá um anúncio especial, significativo”, às 12h local (01h30 Brasília), informou a agência de notícias Yonhap, citando a rádio estatal norte-coreana.

No horário combinado, o governo de Pyongyang confirmou a realização de um teste nuclear a partir de uma miniatura de bomba de hidrogênio, ao mesmo tempo em que alegou que o evento serve para defender o país das “políticas hostis dos Estados Unidos”.


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Em setembro de 2015, o governo norte-coreano informou que sua principal instalação nuclear, o complexo de Yongbyon, retomou seu funcionamento normal. Na ocasião, a agência estatal KCNA divulgou que o país estava em processo de aprimoramento de armas nucleares “em qualidade e quantidade”.

O reator de Yongbyon havia sido fechado em 2007, mas Pyongyang prometeu reabri-lo em 2013, após seu terceiro teste nuclear e em meio a fortes tensões regionais.

Desde a última rodada de sanções da ONU (Organização das Nações Unidas), em 2013, a Coreia do Norte lançou uma série de ameaças contra os Estados Unidos e a Coreia do Sul. O governo comunista de Pyongyang usa de forma reiterada o discurso ameaçador e belicoso em relação a países considerados inimigos.

Em 1994, sul-coreanos estocaram alimentos durante uma onda de pânico causada pela ameaça, feita por um negociador norte-coreano, de transformar o país em um “mar de fogo”, afirmação que desde então foi repetida diversas vezes.

Depois que o então presidente George W. Bush, dos EUA, incluiu, em 2002, o país asiático no chamado “eixo do mal”, Pyongyang afirmou que “dizimaria os agressores sem piedade”.

Bomba de hidrogênio

Em dezembro de 2015, o ditador Kim Jong-un, de apenas 32 anos, disse que a Coreia do Norte “se transformou num poderoso Estado, que tem armas nucleares, capaz de fazer detonar uma bomba atômica e também uma bomba H (de hidrogênio) para defender eficazmente a soberania e dignidade da nação”.

A afirmação foi feita durante visita à região de Phyongchon, na capital norte-coreana, onde foi construída a primeira fábrica de munições do país há seis décadas. O ditador comunista reafirmou em várias ocasiões que a Coreia do Norte tem armas nucleares e que esse recurso é o principal pilar da defesa contra os planos de invasão dos Estados Unidos.

Na ocasião, o serviço secreto sul-coreano (NIS) disse desconhecer que o regime de Kim Jong-un tivesse desenvolvido a bomba de hidrogênio. “A Coreia do Norte não teve êxito na miniaturização das bombas nucleares, por isso não pode contar com a tecnologia para produzir uma bomba H”, acrescentou o NIS, que considerou as declarações uma “simples retórica”.

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