Síria permite entrada de ajuda humanitária da ONU em cidades sitiadas

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O governo do ditador sírio Bashar al-Assad autorizou o envio de ajuda humanitária a três cidades sitiadas na Síria, afirmou a Organização das Nações Unidas (ONU) na quinta-feira (7). De acordo com o órgão, em uma das cidades, Madaya, há por volta de 42 mil pessoas presas correndo risco de morte por falta de suprimentos.

“A ONU saúda a aprovação do governo sírio de acesso a Madaya, Fua e Kefraya, e está se preparando para prestar assistência humanitária a essas cidades nos próximos dias”, diz um comunicado da entidade, que também usou o Twitter para dar a notícia.

De acordo com o Observatório Sírio de Direitos Humanos, a cidade de Madaya, situada a cerca de 40 quilômetros de Damasco, está cercada pelas tropas do regime sírio e pelo grupo radical xiita libanês Hezbollah há mais de 170 dias.


A cidade é bombardeada constantemente na tentativa de combater os rebeldes que vivem no local em meio aos civis. Madaya fica próxima à fronteira com o Líbano e, por isso, é uma localidade estrategicamente importante.

Segundo ativistas, 39 pessoas já morreram na cidade por fome e frio, embora esse número não tenha sido confirmado oficialmente. Agências de notícias afirmam que os cidadãos têm se alimentado inclusive da carne de cachorros e gatos e de vegetação, além de queimar móveis e outros itens para se aquecer durante o inverno.

A última vez que Madaya recebeu ajuda humanitária foi em outubro, por funcionários da Cruz Vermelha e da Meia Lua Vermelha Síria. “O que na época já era ruim”, diz Dibeh Fakhr, porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha. “Quando levamos ajuda em outubro, as pessoas não tinham comida, água ou acesso a serviços médicos.”

Segundo as Nações Unidas, cerca de 4,5 milhões de pessoas vivem em áreas de difícil acesso na Síria. Dessas, 400 mil estão presas em 15 localidades sitiadas, sem acesso a suprimentos necessários à sobrevivência. (Com agências internacionais)

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