Lula deve ser convocado na CPI do BNDES para explicar denúncia de Cerveró, afirma Caiado

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Senador pelo Democratas de Goiás e líder do partido no Senado federal, Ronaldo Caiado declarou, nesta terça-feira (12), que o ex-presidente Lula deve ser convocado na CPI do BNDES da Câmara dos Deputados para explicar denúncias feitas a partir da delação premiada do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró.

Para o senador goiano, as revelações de Cerveró são essenciais para se alcançar os cabeças do esquema de corrupção desvendado pela Operação Lava-Jato. Caiado também afirma ser inadiável a instalação da CPI do BNDES no Senado, solicitada em requerimento de sua autoria.

Caso a Comissão Parlamentar de Inquérito seja instalada, o banco de fomento terá dificuldades para explicar algumas operações de crédito, as quais foram concedidas por interferência direta do governo e que beneficiaram empreiteiras envolvidas no maior escândalo de corrupção da história.


Em seu depoimento, Cerveró afirmou que foi indicado para o cargo de diretor da BR Distribuidora como prêmio de Lula por ter facilitado o contrato do Grupo Schahin para o aluguel de um navio sonda para a Petrobras. A mesma empresa forneceu empréstimos para pagar dívidas de campanha do PT intermediadas por José Carlos Bumlai, amigo de Lula, preso na operação Lava-Jato.

“O porquê do Palácio do Planalto se preocupar tanto com a delação de Cerveró, a ponto do então líder do Governo Delcídio Amaral oferecer um plano de fuga, fica evidente agora. É um depoimento que pode finalizar esse quebra-cabeça ao identificar e punir os verdadeiros chefes desse esquema. Lula tem que ser convocado pela CPI do BNDES na Câmara para tentar se explicar. E não dá mais para o Senado adiar a CPI do BNDES. Já temos um requerimento assinado por mais de 30 senadores que pede a criação dessa comissão”, ponderou Caiado.

A situação de Lula, agora um bem sucedido lobista-palestrante, piora com o passar dos dias, a ponto de o ex-presidente ter mergulhado em um necessário e obsequioso ostracismo, fórmula encontrada para minimizar os efeitos colaterais das muitas acusações que surgem a partir dos escândalos de corrupção.