Vendas das agências de viagens corporativas têm redução de 2,3% em 2015

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(*) Linoel Dias

O resultado negativo, de 2,3%, era previsível pela ABRACORP, que considera nada alarmante, tendo em vista o impacto da desaceleração da economia nacional como um todo e ainda o baixo desempenho de outros setores.

A Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas – ABRACORP – divulgou os dados consolidados referentes às transações realizadas em 2015, comparadas com os resultados de igual período de 2014. A movimentação de negócios das 29 agências associadas ABRACORP resultou em faturamento de R$ 11.458.570.130 em 2015, contra R$ 11.725.449.831 de 2014. Portanto, um recuo de 2,35%.

O resultado de R$ 11,4 bilhões em 2015 compreende a totalização das receitas obtidas em âmbito nacional com a venda de passagens aéreas para vôos domésticos (37,6%) e internacionais (28,2%); hotelaria nacional (19,5%); serviços diversos (8.8%), como eventos, cruzeiros, assistência viagem, entre outros; hotelaria internacional (3,8%); locação nacional (1,6%) e internacional (0,3%).

Para o presidente em exercício da ABRACORP, Rubens Schwartzmann, “o resultado mostra um quadro já detectado pela associação na pesquisa extraordinária realizada entre outubro e novembro de 2015. Considerando o impacto da desaceleração da economia nacional como um todo, a oscilação do resultado do faturamento das agências associadas à ABRACORP é nada alarmante”.

Cabe lembrar que, no atual cenário, os clientes de nossas agências pisaram no freio em termos de viagens de executivos a negócios. Porém, as agências associadas também estão empenhadas em reduzir custos e aprimorar a qualidade do atendimento, obtendo assim a conquista de novos clientes”.


Recuo aéreo é de 6,3% no doméstico e 7,2% no internacional

O governo, que pouco contribuiu, ou ainda, que muito atrapalhou na realização de negócios, com sua política econômica desastrosa, com a destruição de 1,5 milhão de empregos em 12 meses, aceleração da taxa de inflação, crise política, corrupção e descrédito geral, deveria analisar com cuidado esses números.

A queda de 6,3% no segmento aéreo doméstico e de 7,2% no internacional, tudo no nicho corporativo significa que os executivos das empresas também estão realizando menos negócios e o trem da economia está desacelerando.

Na contramão da crise e Independentemente do governo, os empresários do setor estão fazendo a lição de casa. O aperfeiçoamento das ferramentas de gestão, novos serviços, especialização de TI com novos aplicativos são alguns dos itens em prática.

Nesse contexto de oscilação negativa, destaque para a performance da Avianca, com variação positiva de 8,2% na emissão de bilhetes. A oscilação negativa na emissão de bilhetes ocorreu, pela ordem, com a TAM (-11,9%), Azul (-10%) e Gol (-7,2%). Vale registrar o crescimento de 127,2%, nesse quesito, das companhias menores.

Em faturamento, a Avianca registrou crescimento de 8%. O recuo em faturamento ficou distribuído entre TAM (-17%), Gol (-15%) e Azul (-10%). No entanto, o conjunto das companhias menores registrou crescimento de 147%.

Na composição do market-share, em número de bilhetes emitidos, a liderança ficou com a Gol (31,6 do total), seguida da TAM (29,9%), Azul (24,2%) e Avianca (11,4%). Já a distribuição do bolo relativo ao faturamento é encabeçada pela TAM (32%), Gol (29,9), Azul (26%) e Avianca (9,8%). Nota-se que TAM e Gol invertem posições em termos de bilhetes emitidos e faturamento.

A movimentação comercial internacional, em reais, registrou liderança da TAM (16,3%), seguida pela American Ailines, com 12,3%. A categoria “demais empresas” obteve 10,4%, seguida Lufthansa (9,5%), Air France (8,5%), British Airways (6.4%) e United (6,3%).

Em relação à hotelaria nacional, o segmento registrou aumento de 7,2% em “room nights” (quantidade de diárias comercializadas). O faturamento se manteve praticamente inalterado, com variação de -0,02%. Na hotelaria internacional, os hoteis independentes lideraram os números de “room nights”, com aumento de 29,55%. O item outras redes também registrou incremento de 13,7%; já as redes Accor, IHG e Hilton registraram declínio em 16%, 14,7% e 11,1% respectivamente.

(*) Linoel Dias é jornalista

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