Segundo noticiou o jornal “Folha de S. Paulo”, nesta quarta-feira (17), José Carlos Bumlai, pecuarista e ex-conselheiro rural de Luiz Inácio da Silva, deverá admitir em depoimento à Polícia Federal que foi o responsável pelo início da reforma do sítio frequentado pelo agora lobista-palestrante Lula, em Atibaia (SP).
De acordo com essa versão, o pecuarista teria sido procurado pela ex-primeira-dama Marisa Letícia, que queria deixar o lugar pronto para a família passar o Natal de 2010, às vésperas de Lula deixar o governo.
O amigo de Lula teria sido procurado pela primeira-dama para ajudar nas obras. Ele argumentará que nunca tratou da reforma com Lula e que acredita que o petista, então na Presidência da república, sequer sabia que a obra estava em andamento.
Ainda segundo a versão de Bumlai, as obras foram tocadas por ele e funcionários de suas fazendas, além de pedreiros locais. Marisa Letícia teria ficado descontente com o ritmo, motivo pelo qual o pecuarista teria deixado o comando do empreendimento.
Bumlai também deverá afirmar que não sabe como foi feita a segunda parte da reforma. Com base em relatos colhidos ao longo das investigações da Operação Lava-Jato, um consórcio de empreiteiras, como OAS e Odebrecht, assumiram a responsabilidade de concluir a reforma exigida pela ex-primeira-dama.
Esse eventual depoimento coincide com a defesa que Lula deverá apresentar apenas no fato de que o ex-presidente não ter se envolvido com as obras. O que não significa que a propriedade não seja do petista, até porque ninguém em sã consciência realiza reforma milionária em imóvel alheio, por maior que seja o desprendimento do suposto mecenas.
Lula, que tem demonstrado irritação com a insistência com que o tema recheia o seu cotidiano, não tem como explicar os escândalos que permeiam o sítio em Atibaia e o apartamento tríplex no Guarujá. Principalmente porque um dos seus defensores, o criminalista e deputado federal Nilo Batista (PT-RJ), disse “é um tríplex Minha Casa Minha Vida”.
Para completar, Batista afirmou que a reforma no tal sítio não passou de “um puxadinho com corredor e quatro quartos”. Ou seja, o advogado “companheiro” não negou que os imóveis pertençam a Lula.
