ONGs afirmam que 60% dos refugiados na Europa são mulheres e crianças

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Nesta quarta-feira (17), um grupo formado por sete ONGs e instituições em defesa da infância alertou, pela primeira vez desde o início da crise dos refugiados, que 60% dos que estão em trânsito pela Europa são mulheres e crianças. As ONGs exigiram da União Europeia (UE) uma solução imediata.

Por causa do Conselho Europeu que realizam nesta quinta na UE, estas organizações fizeram um pedido conjunto aos governos europeus para que deem uma resposta integrada para esta questão, cumpram seus compromissos de realocação e “evitem que a crise de refugiados se transforme em uma crise de direitos humanos”.

Segundo levantamento feito pelas entidades, a cada três refugiados um é criança. As sete organizações lançaram uma lista com dez propostas, entre elas a necessidade de aprovação de um plano de proteção para as crianças não acompanhadas ou separadas de suas famílias.

Conforme o diretor do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) na Espanha, Javier Martos, está é uma situação de grave. “Estamos perante uma situação de emergência. Crianças estão morrendo ao cruzar o mar. Entendemos que, como potência, a União Europeia deve tomar as rédeas no assunto, não só no âmbito humanitário, mas também parando a guerra”, disse Martos, ressaltando que esses menores estão expostos às máfias e a exploração.


O diretor da “Save the Children” na Espanha, Andrés Conde, ressaltou que a Europa não está fazendo o suficiente para acabar com este conflito humanitário sem precedentes. “Há deveres morais e legais com estas pessoas”, destacou.

As organizações lamentaram a forma como os governos europeus estão aplicando os acordos de realocação das pessoas que chegam à Itália e à Grécia, e lembraram que das 160 mil pessoas comprometidas pela UE, apenas 400 foram realocadas.

Com relação aos menores refugiados que chegam a Melilla, cidade espanhola do norte da África, o diretor da Save the Children propôs que os Centros de Estadia Temporária se adaptem para receber as famílias, já que até agora os ocupantes eram, normalmente, imigrantes homens.

Já a Cruz Vermelha apelou para o estabelecimento de rotas legais e seguras para os refugiados e condenou “as mais de 400 mortes registradas nos primeiros 45 dias do ano por afogamento”.

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