Rio 2016: escritório de advogado amigo de Nuzman recebe R$ 18,8 milhões do comitê

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Há cerca de onze escritórios de advocacia entre os contratos do comitê Rio 2016 que, juntos, custam à entidade organizadora da Olimpíada pelo menos R$ 24 milhões. Entre esses escritórios está o H.B. Cavalcanti e Mazzillo Advogados, do amigo e advogado pessoal do presidente do comitê, Carlos Arthur Nuzman, por quem o dirigente disse certa vez que “pularia do precipício”.

Somente para este escritório a Rio 2016 destina R$ 18,8 milhões, o que significa cerca de 80% de toda a verba empregada em serviços advocatícios do comitê no Brasil.

“Com quem o senhor pularia de um precipício de olhos fechados?”, perguntou a repórter Dorrit Harazin em entrevista publicada em 2010 pela revista Piauí. “O Havelange certamente é um deles… eu acho que têm alguns… tem de ser no Brasil? … acho que o Leonardo Gryner… o Sergio Mazzillo, meu advogado e colega de tantos anos”, respondeu Nuzman à época.

Os serviços prestados pelo escritório não são revelados pelo comitê. A assessoria de imprensa do órgão afirma que não pode dar nenhum detalhe da contratação para não infringir “lei federal que garante sigilo entre clientes e advogados”.

O comitê também informou que o escritório não foi contratado para representar o Nuzman como pessoa física, somente na pessoa jurídica.


Fora do comitê, contudo, o Mazzillo pessoa jurídica mantém relação profissional com a pessoa física de Nuzman, como se observa de rápida pesquisa na internet em processos movidos pelo dirigente, inclusive, contra jornalistas.

Os outros escritórios brasileiros contratados pelo Rio 2016 são: Loureiro Maia, por R$ 2,8 milhões, Daudt, Castro E Gallotti Olindo Advogados, R$ 1,7 milhão, Chediak, Lopes da Costa, C, M C, R, A, Advogados, R$ 450 mill , Lins de Vasconcelos Sociedade de Advogados, R$ 180 mil, Pedro Calmon Filho & Associados, R$ 144 mil, Damas e Pereira Advogados Associados, por R$ 5,1 mil.

Além das empresas brasileiras, o comitê mantém contrato com escritórios de advocacia em Londres, para cuidar de assuntos relacionados a ingressos, em Miami, para o contrato de aluguel de navios que serão usados como hotel durante os Jogos, em Lausanne, na Suíça, para atuar junto ao Comitê Olímpico Internacional (COI) e em Washington, para assuntos de direitos autorais.

A existência dos prestadores de serviços estrangeiros foi informada através da assessoria de imprensa. “Dos escritórios internacionais podemos falar”, revelou Mário Andrada, diretor de Comunicação do Rio 2016, porém não revelou valores.

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