A moda agora são as alianças de casamento tatuadas

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Alguns casais chegaram à conclusão que não há melhor maneira de celebrar o amor eterno e o compromisso duradouro do que registrá-los em uma tatuagem no dedo anular.

“Se você fizer, já era, não tem volta”, diz Christopher Forsley, que se casou com Sarah Patterson em Santa Monica, na Califórnia, em julho. Para o roteirista de HQ de trinta anos e a mulher, uma boleira de 32, os fatores que os levaram a optar pela solução foram o custo, a simplicidade e a oportunidade – ah, e o fato de o irmão de Christopher ser tatuador, claro.

“Nós dois somos duros e não ligamos para esse lance materialista. Achamos legal também por não serem objetos físicos, mas sim algo que se tornou parte de nós”, diz ele. “Tem tudo a ver com quem somos”, completa ela.

Mike Martin, dono do Flesh Skin Grafix Tattoo de Imperial Beach, na Califórnia, afirma: “Já tem uma média de um casal por semana – o que é muito se a gente pensar que, há cinco anos, praticamente ninguém pedia algo desse tipo”.

Pelo fato de a tatuagem ser permanente, as alianças geralmente são para aqueles que já estão casados, e não os que estão noivos. Vale lembrar que não é aconselhável surpreender o parceiro com uma visita inesperada ao estúdio de tatuagem. “O pedido nem sempre é eterno e o casamento pode não rolar”, afirma Martin, que também é o presidente da Associação de Tatuadores Profissionais. E conta que nunca recebeu o pedido para fazer alianças de noivado. “Tem aquele simbolismo, eu acho, tipo, a tinta é permanente, o compromisso também”.

Há inúmeras opções para as alianças tatuadas. Entre as mais populares estão a data do casamento, o nome ou as iniciais do cônjuge. Alguns são bem simples, uma linha monocromática ou o símbolo de infinito ao redor do número. Há quem prefira as palavras como “sempre”, “eterno” ou “juntos”.

Geralmente, quem opta pelas alianças tatuadas também quer uma cerimônia diferente para combinar com elas. “Eu nunca quis um casamento tradicional”, confessa Molly Serena Dorsman, professora de música de 29 anos que se uniu a Dzermin Mesic, um chef de 32, em 2012. Para ela, a aliança de ouro tradicional favorece o divórcio. “Queremos ficar casados para sempre e acho que essa aliança estimula isso”.

“Além de reforçar o sentimento de estabilidade na história do casal, a aliança tatuada representa uma escolha única, a consciência de algo que é exclusivo. Essa ideia intensa conquista muitos casais apaixonados”, ressalta Myrna L. Armstrong, professora aposentada do Centro de Ciências de Saúde da Universidade Tecnológica do Texas.

“A tatuagem faz as pessoas se sentirem bem, especiais e únicas e atrai principalmente os representantes da Geração Y. Ela se tornou um meio comum e confortável de mostrarem algo, para si e para os outros”, completa a professora, que estuda tatuagens há 25 anos.

Anthony Botiglione, 43 anos, que vai se casar com Jennifer Fiorenza, uma assessora de imprensa de 35 anos em Baiting Hollow, Nova York, em 28 de fevereiro, destaca: “Não dá para tirar, nem perder, nem pôr no bolso, que é o que muitos homens fazem para esconderem que são casados”. “Eu não quero fazer nada disso; quero olhar para a minha mão e reconfirmar que o compromisso que fiz é para o resto da vida”, completa.


Nos Estados Unidos, os preços das alianças de ouro em geral variam de 300 dólares a 700 dólares. Em um estúdio de tatuagem o valor fica cerca de 60 dólares pelo modelo simples trazido pelo casal. Se tiver que criá-lo e houver muitas cores ou detalhes técnicos, o custo pode ultrapassar os 100 dólares. Contudo, para muitos, uma tatuagem não substitui um anel de noivado.

A tatuagem custa menos que qualquer peça tradicional, mas nem sempre o custo-benefício ou a duração são superiores. Na verdade, elas desbotam com o tempo – isso porque a pele das mãos está em uso constante, além de eternamente exposta ao sol. Para compensar, os tatuadores devem injetar a tinta em um nível da derme mais profundo que o costumeiro.

Quase todas as cadeiras do Kings Avenue Tattoo, em Manhattan, estavam lotadas quando Devin Ikram, 32 anos, e a mulher, Kayla, de 31, se sentaram nos banquinhos acolchoados para Zac Scheinbaum gravar o triângulo no dedo anular dela, a aliança que já tinha feito para ele quatro meses antes, no dia do casamento.

O noivo, que é designer gráfico, criou o desenho depois de passar duas semanas pesquisando simbolismos, alquimia e formas de elementos.

“Eles representam a dicotomia dos opostos, mas se encaixam. O triângulo apontado para cima é o masculino; para baixo, o feminino”, explica enquanto Scheinbaum reforça a tatuagem, processo que dura apenas alguns minutos.

Também há opção para quem o casamento não deu certo: eliminar o anel. Entre os que se arrependeram de tê-lo tatuado está Rosie O’Donnell, que tinha um “M” – a inicial da segunda mulher – no dedo anular, e Pamela Anderson, que teve que sumir com o “Tommy” que tinha na falange.

“De uns dois anos para cá recebemos pelo menos um paciente por mês pedindo para remover a tatuagem. Antes disso, nunca tivemos caso nenhum”, revela o Dr. Roy G. Geronemus, direto do Centro de Cirurgia Dermatológica e a Laser.

Segundo o médico, a maioria, quando se trata da remoção, é de mulheres. “Há mais mulheres, sem dúvida; algumas ainda com raiva, outras preocupadas, muitas arrependidas. A tatuagem se transformou no lembrete constante de uma relação fracassada. Elas querem eliminar o mais rápido possível para poderem seguir em frente”, conclui.

O que sai caro: a tatuagem pode ter custado de 50 dólares a 150 dólares e ter sido gravada rapidamente, mas para fazê-la desaparecer são necessárias de quatro a cinco sessões, a 400 dólares cada uma.

Outra opção é fazer um cover up, ou cobertura, que é outro desenho para cobrir o anterior.

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