Rui Falcão fala em ônus da prova, mas ignora discurso covarde de Dirceu em processo de cassação

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Responsável pelo período mais corrupto da história nacional, o PT parece ter abandonado a tese de que “a melhor defesa é o ataque”. Encalacrado em muitos escândalos de corrupção e cada vez mais afundando na Operação Lava-Jato, que interrompeu um esquema criminoso que funcionou na Petrobras durante uma década, o Partido dos Trabalhadores agora tenta se agarrar à falsa inocência.

Presidente nacional da legenda, Rui Falcão disse nesta segunda-feira (22), ao ser questionado sobre a Operação Acarajé, 23ª fase da Operação Lava-Jato, que o partido não tem “marqueteiro” e quem “acusa” tem de provar. Pelo que se sabe, João Santana, alvo de mandado de prisão expedido pelo juiz Sérgio Moro, é marqueteiro do Partido dos Trabalhadores e a força-tarefa da Lava-Jato não deflagrou uma nova operação porque carecia de provas. Ao contrário, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal estão cobertos de provas. E não é de hoje.

Perguntado sobre pagamentos feitos pela construtora Norberto Odebrecht ao marqueteiro João Santana, o dirigente petista afirmou que “atualmente” o ônus da prova não tem sido mais de quem acusa. Apesar do discurso de Falcão, o PT sempre se valeu desse estratagema, acusando sem ter em mãos qualquer tipo de prova.

“Não tem nada com relação ao PT. As pessoas, aqui de tempo recente, quem acusa não tem mais que provar. Quem acusa tem que provar”, afirmou.

Fugindo de maneira recorrente das perguntas dos jornalistas, Rui Falcão se limitou a dizer, repetidas vezes, que as doações recebidas pelo PT são “legais”.

“Ele [João Santana] vai prestar depoimento. E vai explicar. Do ponto de vista do PT, nossas declarações foram apresentadas à Justiça Eleitoral. E todas as nossas declarações são legais e declaradas à Justiça Eleitoral”, afirmou.

“Não posso falar pelo João Santana. Todas as nossas doações são feitas legalmente. Nossas doações foram semelhantes em valores com as campanhas do PSDB”, declarou o presidente dos petistas.


O primeiro ponto a ser destacado na fala de Rui Falcão é que o PT continua dependente do PSDB, o que mostra a incapacidade de o partido viver de forma isolada, sempre tentando arrastar os tucanos para o olho do furacao.

Assim como nove entre dez “companheiros”, Rui Falcão sofre de amnésia de conveniência. Inúmeras foram as ocasiões em que petistas apareceram, no passado, nas redações dos grandes jornais portando acusações sem provas, com o intuito de prejudicar os adversários.

Mais recentemente, depois que chegou ao poder central, o PT produziu, em 2006, o fatídico Dossiê dos Aloprados, conjunto de documentos apócrifos para prejudicar os candidatos tucanos naquele ano (Geraldo Alckmin e José Serra). A PF prendeu os aloprados e apreendeu R$ 1,7 milhão em dinheiro, montante que seria usado para pagar aqueles que confeccionaram o tal dossiê, mas até agora, quase uma década depois, ninguém reclamou a propriedade do montante. E ficou por isso mesmo.

Ademais, Falcão parece não se lembrar de um discurso do companheiro José Dirceu, proferido no plenário da Câmara dos Deputados, por ocasião do julgamento do pedido de cassação do mandato de Ricardo Fiúza, acusado de participar do escândalo conhecido como “Anões do Orçamento”. Dirceu, do alto da sua conhecida soberba, disse que para cassar um mandato parlamentar não eram necessárias provas, mas apenas evidências.

Agora, com a PF e o MP com provas de sobra para colocar esses delinquentes na cadeia, Rui Falcão insiste em fazer o jogo do inocente, como se o PT não fosse responsável por uma década de banditismo político em último grau.

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