Delação de mulher de marqueteiro coloca mais combustível na fogueira que devora Dilma e Lula

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Mulher e sócia do publicitário João Santana, marqueteiro de três campanhas presidenciais do PT – Lula (2006) e de Dilma Rousseff (2010 e 2014) – a empresária Mônica Moura não precisou de muito tempo atrás das grades para perceber que o melhor atalho para a liberdade, mesmo que condicional e vigiada, é a delação premiada. Mônica decidiu contar o que sabe sobre os esquemas de corrupção que marcaram as campanhas petistas e possivelmente outras realizadas no exterior, como Angola e Venezuela.

Santana e Mônica foram presos na Operação Acarajé, 23ª fase da Operação Lava-Jato, e estavam na República Dominicana quando o mandato de prisão foi expedido pelo juiz Sérgio Moro para ser cumprido pela Polícia Federal. O caso foi preso no Aeroporto Internacional Governador André Franco Montoro, também conhecido como Cumbica, ao desembarcar de Santo Domingo, capital dominicana, onde trabalhava em campanha pela reeleição do atual presidente.

Mônica Moura ainda não formalizou o acordo de delação, mas os termos do mesmo estão sendo definidos com os procuradores da força-tarefa da Lava Jato e o advogado da investigada.

Moura era responsável pelos assuntos financeiros da Polis Propaganda e Marketing, empresa que fez várias campanhas petistas, como as de Dilma e a do prefeito Fernando Haddad, de São Paulo. Fora isso, o casal atuou, em 2012, nas campanhas dos “ditadores camuflados” Hugo Chávez (Venezuela) e Eduardo José dos Santos (Angola).


João Santana e Mônica Moura são acusados pela força-tarefa de terem recebido, no exterior, por meio de empresa offshore, US$ 7,5 milhões da Odebrecht. Coincidência ou não, a dupla afirma ter recebido US$ 50 milhões da campanha do ditador angolano, declaração que espantou até mesmo os mais experientes marqueteiros, alguns dos quais consultados pelo UCHO.INFO.

Diante da transformação da prisão temporária em preventiva, Mônica Moura dispensou os trabalhos do criminalista Fábio Tofic, entregando sua defesa ao advogado Juliano Campelo Prestes, que atua em Curitiba. Prestes defende o lobista Milton Pascowitch e foi responsável pelo acordo de delação que viabilizou a prisão do ex-ministro José Dirceu no escopo da Lava-Jato.

Por outro lado, João Santana continuará sendo defendido por Tofic, que insiste na tese de que seu cliente atuava apenas na parte de criação da agência Pólis. O que na opinião de muitos significa que Santana atirou a própria mulher aos leões da Lava-Jato.

No caso do acordo de delação premiada de Mônica Moura prosperar, a situação de Lula e Dilma deve piorar sobremaneira, assim como a de Gleisi Hoffmann e Fernando Haddad, clientes da dupla de marqueteiros. Com mais esse ingrediente na receita bandoleira que tem motivos de sobra para fermentar, guindar o lobista-palestrante à condição de ministro de Estado será um desastroso tiro pela culatra disparado pelo Palácio do Planalto, que não resistiu às pressões do PT e do próprio ex-presidente.

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