Bastou o nome de Lula ser confirmado como ministro-chefe da Casa Civil para que as ratazanas da política nacional começassem a sair do porão. Certos de que o balcão de negócios voltará a funcionar com força total, a banda do PMDB que se ajoelha diante do Palácio do Planalto já começa a colocar as mangas de fora.
Deputado federal pelo PMDB mineiro, Mauro Lopes ignorou a decisão do partido, tomada no último sábado (12) durante a convenção nacional, de ninguém filiado ao partido assumir postos no governo terminal de Dilma Rousseff. Lopes, que há muito estava cotado para assumir a Secretaria de Aviação Civil, aceitou nesta quarta-feira (16) o convite palaciano, afirmando não temer por eventuais punições do partido.
Mauro Lopes ascendeu à condição de ministro por indicação do líder do PMDB na Câmara dos Deputados, Leonardo Picciani (RJ), que passou a ser tratado com deferência pelo Palácio do Planalto por causa de sua interesseira genuflexão política. Esse movimento que contraria as decisões da direção do PMDB é uma mostra clara que o processo de impeachment corre sério risco, pois o escambo já começou antes mesmo da posse de Lula, o palestrante em fuga.
No momento em que o Brasil precisa de pessoas competentes e comprometidas com o projeto de combater a corrupção e resgatar a altivez da nação, Dilma nomeia para a Secretaria de Aviação Civil (SAC) um ex-policial rodoviário. Ou seja, algo como colocar o pipoqueiro da esquina no comando de uma nave espacial com destino a Marte. O que pode ser um sinal de que a corrupção voltará a alçar voo. Não se trata de acusar Lopes de forma antecipada, pelo contrário, mas é no mínimo estranha sua aterrissagem na SAC. Afinal, alguém está ganhando com essa nomeação.
A malandragem visguenta que escorre do Palácio do Planalto continua a se espalhar pelo Congresso Nacional, onde o proxenetismo político cresce de forma acintosa e em progressão geométrica. Quem não conhece as entranhas do Parlamento não consegue imaginar o grau de banditismo que toma conta do meio político.
Enquanto sobem à tribuna para defender fatos e projetos absurdos, muitos aduladores do governo estão a chafurdar na lama que embala os subterrâneos da política. O País vem sendo consumido pela corrupção sistemática, mas não nesse cenário um corajoso sequer para se rebelar contra o sistema.
Isso posto, ou os brasileiros saem imediatamente às ruas em defesa da democracia e do País, ou é melhor aceitar que o jogo acabou.