Vice-líder da Minoria na Câmara dos Deputados, Raul Jungmann (PPS-PE) ingressa na manhã desta quarta-feira (23) com representação na Procuradoria Geral da República (PGR), na qual solicita o desarquivamento de inquéritos referentes à Ação Penal 470 para a abertura de nova investigação que resulte na denúncia do ex-presidente Luiz Inácio da Silva, entre outros envolvidos, no esquema de corrupção conhecido como Mensalão do PT, o primeiro grande escândalo da era petista.
A representação contra Lula tem como base diversos trechos da delação do ex-líder do governo de Dilma Rousseff, senador Delcídio Amaral (MS), em que o parlamentar afirma e demonstra com fatos e narrativas de reuniões que o ex-presidente Lula era o autor intelectual do Mensalão do PT.
Na ação, Raul Jungmann argumenta que Lula “buscou montar uma teia criminosa que abarcou os mais diversos serviços ilícitos, inclusive retirando seu nome e de sua família no mensalão. A capilaridade de suas ações escusas é grandiosa, mas o Estado brasileiro não mais as deve suportar”.
O parlamentar ressalta ainda que segundo o senador Delcídio do Amaral, Lula “participou de corrupções de milhões de reais, peculato, obstrução da Justiça, tráfico de influências, lavagem de dinheiro, constituição de organização criminosa e mais outros crimes que serão desvendados” pela nova investigação que poderá ser aberta caso a PGR acate a sua representação.
A representação Jungmann lembra ainda que, em setembro de 2015, a Procuradoria da República no Distrito Federal pediu o arquivamento de um inquérito instaurado para investigar um suposto repasse de sete milhões de dólares da Portugal Telecom para o Partido dos Trabalhadores. Antônio Palocci e Luiz Inácio Lula da Silva eram os principais suspeitos da negociata.
Agora, diante das novas revelações do senador Delcídio, o deputado defende que “o arquivamento requisitado pelo MPF no que cerne a ato de Luiz Inácio Lula da Silva no mensalão agora deve ser revisto, graças a provas supervenientes”.
A representação cita ainda afirmação feita pelo ministro Gilmar Mendes, do STF, quando, no julgamento sobre o rito do impeachment, no último dia 16, chamou atenção para a deleção do senador Delcídio e a revelação de que o autor intelectual de todo esse processo de corrupção era o presidente Lula. “Talvez agora a procuradoria via o PGR Rodrigo Janot e a procuradora Ela Wiecko venham colmatar essa lacuna perante o próprio Supremo Tribunal Federal, resolvendo esse dilema do Mensalão”, disse o ministro.