Dilma dá dinheiro a aliados de aluguel e quer entregar a Saúde ao enrolado PP, mas fala em golpe

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Nada no Brasil frequenta a seara delinquência com tanta eficácia e primor quanto o governo quase acéfalo de Dilma Rousseff. Ciente de que pode ser ejetada da Presidência a qualquer momento, na esteira do processo de impeachment que avança na Câmara dos Deputados, a petista decidiu empunhar a caneta e partir para o escambo criminoso. Está trocando cargos na máquina federal, com direito a rapinagem explícita e sem limites, por votos em plenário contra o processo de impedimento que pode lhe custar o cargo.

Para cada parlamentar que em plenário votar contra o impeachment, garantindo ao governo a obtenção de um mínimo de 172 votos, será liberado R$ 1 milhão em recursos públicos para obras no reduto político do deputado. Para o deputado que não comparecer em plenário, prejudicando o quorum e atrapalhando a oposição, o governo liberará R$ 400 mil. Sem contar os cargos públicos a serem distribuídos como note de R$ 100 em lupanar de beira de estrada.

A degradação moral que se instalou no governo é tamanha, que palacianos incentivaram outro tipo de crime: a compra com dinheiro vivo de parlamentares durante a chamada “janela partidária”, que terminou em 18 de março último e permitiu que políticos trocassem de legenda sem o risco de punições. Uma espécie de vale tudo em um país que finge ser sério.

Nessa troca de cadeiras proporcionada pela janela partidária, o palácio do Planalto incentivou alguns partidos pequenos a cooptarem parlamentares em troca de dinheiro. A negociata foi tão acintosa, que alguns parlamentares chegaram a receber R$ 300 mil em dinheiro vivo para mudar de legenda. Isso porque passaram a integrar partidos que logo mais votarão contra o impeachment de Dilma.

Por conta dessa operação ousada e criminosa, alguns partidos perderam da noite para o dia mais de uma dúzia de parlamentares, quase desparecendo na Câmara dos Deputados. O UCHO.INFO sabe como se deu essa cooptação espúria e já identificou a origem do dinheiro sujo, apesar de alguns operadores da bandidagem insistirem em falar sobre temas moralistas, como religião, família, democracia e outros quetais.

Lamentavelmente a política brasileira é assim, movida a escândalos e atos ilegais, mas o pior é assistir, calado e imóvel, à presidente trocando ministério por um buquê de votos no plenário da Câmara. O Brasil enfrentava uma crise múltipla na saúde por conta da versatilidade contagiosa do mosquito Aedes aegypti, transmissor da dengue, da febre chikungunya e do Zika vírus quando Dilma decidiu trocou o Ministério da Saúde pelo apoio do líder do PMDB na Câmara, deputado Leonardo Picciani (RJ). E o piauiense Maurício Castro assumiu o posto.


Médico, infectado pelo vírus mortal da política e dono de fala desconexa – o que não é novidade nesse desgoverno – Castro desrespeitou decisão do PMDB, bateu o pé e disse que não pede demissão. Enquanto o ministro peemedebista posa de corajoso, Dilma coloca o Ministério da Saúde no balcão de negociação para atrair o PP, partido que tem o maior número de integrantes investigados na Operação Lava-Jato. Ou seja, assepsia política a essa altura dos acontecimentos não importa para a presidente da República, desde que salve o próprio cargo.

Agora, com um surto de gripe H1N1 varrendo o mais importante e rico estado brasileiro, São Paulo, Dilma está a um passo de cometer nova sandice. Entregar o Ministério da Saúde para o deputado federal Ricardo Barros (PP-PR), como antecipou na quinta-feira o UCHO.INFO. Velho conhecido do finando José Janene, o “Xeique do Mensalão” e mentor intelectual do Petrolão, Ricardo Barros ainda suscita indignação em muitos dos frequentadores da política pelo fato de não ter sido apanhado ainda pela Operação Lava-Jato. E diz a lenda que fumaça não surge sem fogo.

Dona de voraz apetite por confusões e escândalos de corrupção, como mostra a sua trajetória na Praça dos Três Poderes, Dilma tem motivos de sobra para fincar Ricardo Barros no Ministério da Saúde. Barros é investigado por suposta fraude em licitação para publicidade realizada em 2011, no segundo mandato de seu irmão e dublê de fantoche político, Silvio Barros (PHS), como prefeito de Maringá.

Então secretário de Indústria e Comércio do desnorteado e confuso governo de Beto Richa (PSDB), Ricardo barros teve conversas telefônicas interceptadas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que apurava irregularidades na Secretaria de Serviços Públicos.

Em uma das gravações, dando ordens ao então secretário municipal de Fazenda de Maringá, Leopoldo Fiewski, Barros orientou a realização de um acordo entre duas agências de publicidade que disputavam licitação na prefeitura no valor de R$ 7,5 milhões. As agências Meta Propaganda e Trade Comunicação e Marketing tiveram o sigilo bancário quebrado. A prisão de Barros chegou a ser pedida em uma das fases da queixa crime feita no Tribunal de Justiça do Paraná, onde ele respondia por ser secretário de Estado.

Como se não bastasse, Ricardo Barros recebeu, ao lado de outros políticos, dinheiro de empresas investigadas na Operação Lava-Jato, como OAS e Queiroz Galvão. Contudo, um detalhe coloca Ricardo Barros no limbo da suspeita. Ele foi tesoureiro nacional do Partido Progressista, por onde passou ninguém menos que José Janene, tido por muitos como o melhor professor de malabarismo financeiro quando o assunto é caixa 2. Mesmo assim, Dilma ousa falar em golpe.

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