Senadora pelo PT do Paraná e acusada por delatores da Operação Lava-Jato de ser a “rainha do pixuleco”, Gleisi Helena Hoffmann percebeu que seu mundo caiu e anunciou nesta segunda-feira (4), no plenário do Senado, que protocolou reclamação no Supremo Tribunal Federal (STF) contra o seu indiciamento e o do marido, por corrupção, pela Polícia Federal.
A petista, em seu discurso, afirmou que enviou representação ao ministro da Justiça, Eugênio Aragão – que já mostrou a que veio –, requerendo a apuração dos motivos que levaram a Polícia Federal a indiciá-la. Resumindo, Aragão, se aceitar esse pedido, mostrará que assumiu o posto para ser despachante dos “petroleiros” indignados.
Ao concluir inquérito no escopo da Lava-Jato, a Polícia Federal indiciou a senadora por haver indícios suficientes de que a campanha da petista ao Senado, em 2010, recebeu R$ 1 milhão em recursos do Petrolão, acusação que a senadora nega, pelo menos por enquanto.
Que o Brasil ainda avança no perigoso processo de “venezuelização” todos os cidadãos de bem sabem, mas Gleisi Hoffmann abusa da arrogância ao alegar que a PF não tem competência para indiciá-la.
“Eu estou protocolando hoje, junto ao STF, reclamação acerca do indiciamento que me foi imposto pela Polícia Federal na semana passada, com base no artigo 102, inciso I, alínea b da Constituição Federal, com o objetivo de salvaguardar a competência do Supremo Tribunal Federal e denunciar infringência da Autoridade Policial ao promover o indiciamento sobre o qual não tinha competência qualificada”, afirmou a senadora.
Na última sexta-feira (1º), Gleisi usou a tribuna do Senado para se defender das acusações que resultaram no seu indiciamento. A parlamentar paranaense, que também é investigada na Operação Pixuleco II, disse não conhecer Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef, que em delação premiada confirmaram o repasse de dinheiro sujo à petista.
É importante salientar que Costa e Youssef firmaram acordos de colaboração premiada no âmbito da Lava-Jato, sendo que os mesmos foram homologados pelo Supremo Tribunal Federal. Isso significa que a força-tarefa da operação conseguiu comprovar as informações prestadas pelos delatores e que o STF referendou-as.
No embalo da tese rasteira de Lula de que não suporta a “república de Curitiba”, Gleisi afirmou nesta segunda-feira que a Polícia Federal cometendo “reiterado excessos” ao longo das investigações da Lava-Jato e que a decisão de indiciá-la tem o objetivo de expô-la publicamente. Como se a sua conhecida incompetência não fosse suficiente para tanto.
