Mercado financeiro projeta queda do PIB de 3,73% em 2016 e sinaliza agravamento da crise

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A projeção de instituições financeiras para a queda da economia em 2016 passou pelo 11º ajuste consecutivo. Agora, a estimativa para a queda do Produto Interno Bruto (PIB) subiu de 3,66% para 3,73%.

Para o próximo ano, a expectativa de crescimento foi reduzida de 0,35% para 0,30% no terceiro ajuste seguido. As estimativas foram divulgadas nesta segunda-feira (4) pelo Boletim Focus, do Banco Central, com base em projeções dos economistas das principais instituições financeiras em atividade no País.

Os especialistas alteraram a projeção para a inflação, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 7,31% para 7,28%, no quarto ajuste seguido. Apesar desse ligeiro recuo, o principal fantasma da economia nacional está acima do teto (6,5%) da meta fixada pelo governo. Para 2017, a estimativa segue em 6% há oito semanas seguidas. As projeções ultrapassam o centro da meta que é 4,5%.

Em um cenário de persistente retração da economia, os economistas apostam em redução da taxa básica de juro, a Selic, por parte do Banco Central. A expectativa para a taxa ao final de 2016 passou dos atuais 14,25% para 13,75% ao ano.


Para o próximo ano, a estimativa é de que a Selic encerre o período em 12,50% ao ano. Essa projeção de redução da Selic surge na contramão da afirmação do BC de não flexibilização da atual política monetária.

Em entrevista coletiva de apresentação do Relatório de Inflação, na última quinta-feira (31), o diretor de Política Econômica do BC, Altamir Lopes, reforçou que não deve haver redução da Selic. “O mercado que se ajuste”, afirmou.

A taxa básica de juro é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juro da economia como um todo. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, uma vez que taxas de juro elevadas encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Em outras palavras, o governo parece não se preocupar com o movimento descendente do PIB, enquanto, ignorando o ajuste fiscal, torra o suado dinheiro do contribuinte com a cooptação de parlamentares para barrar o impeachment de Dilma Rousseff.

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