Partido com o maior número de integrantes investigados na Operação Lava-Jato por corrupção e outros delitos – são 32 ao todo – o PP permanecerá na base do governo até a votação do pedido de impeachment de Dilma Rousseff no plenário da Câmara dos Deputados, que acontece na próxima semana.
A informação é do presidente nacional da legenda, senador Ciro Nogueira (PP-PI), também investigado na Lava-Jato. Nogueira afirmou que durante encontro da cúpula do partido, do qual participaram senadores e deputados, ao menos 40 dos 57 parlamentares externaram o desejo de manter o apoio ao acéfalo e incompetente governo petista. A decisão acontece um dia após o partido assumir cargo de direção-geral no Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS).
O anúncio foi feito após senadores oposicionistas do PT requererem o cancelamento da reunião que os parlamentares fariam na tarde desta quarta para analisar o tema. “Se tivessem número para desembarcar hoje, a reunião teria acontecido”, ressaltou Ciro Nogueira. De acordo com o presidente da legenda, os oposicionistas do PP foram questionados pela maioria dos parlamentares que defendem a permanência na base aliada.
Essa decisão obtusa do Partido Progressista acontece no dia seguinte ao anúncio da presidente Dilma Rousseff, que disse, na terça-feira (5), que uma eventual reforma ministerial só acontecerá após a votação do processo de impedimento do qual é alvo. Isso mostra a verdadeira essência do PP, que é se locupletar na estrutura da máquina federal.
No momento em que o senador Ciro Nogueira, falando em nome do partido, afirma que seus correligionários preferem aguardar o resultado da votação em plenário que decidirá o futuro da presidente da República, fica evidente que o PP não está preocupado com o desejo de mais de dois terços da população brasileira, que querem o fim imediato do governo mais corrupto da história nacional.
Considerando que a sabedoria popular diz que em cima do muro só fica caco de vidro ou gato ladrão, o melhor é redobrar o cuidado com o PP, partido que afunda cada vez no Petrolão, o maior esquema de corrupção de todos os tempos. Apenas para lembrar, o esquema de corrupção que substituiu o Mensalão do PT foi criado por um ex-integrante do PP, o então deputado federal José Janene, falecido em 2010 em decorrência de cardiopatia grave.
