Impeachment: vencida a primeira batalha, saída de Dilma exigirá determinação dos brasileiros

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Há muito a fazer ainda para que o impeachment de Dilma Rousseff seja aprovado no Congresso Nacional. A derrota imposta ao governo na Comissão Especial do Impeachment foi a porta de entrada de um longo e árduo processo que virá pela frente, sempre marcado pelo enfrentamento político e pelos discursos insanos e ensandecidos daqueles que não querem perder a “boca rica”. Venceu-se apenas uma batalha, não a guerra.

O placar da Comissão Especial – 38 votos a favor do relatório e 27 contra – mostra a necessidade de a população pressionar ainda mais os parlamentares que no plenário da Câmara decidirá o futuro de Dilma Rousseff, responsável pelo período mais corrupto da história nacional. Em termos proporcionais, o resultado da votação desta segunda-feira (11) revela que 58,46% dos membros do colegiado votaram pela continuidade do processo, enquanto 41,54% votaram contra. É fato que no plenário alguns poderão mudar de lado, mas é preciso trabalhar com esse cenário.

Levando esses números proporcionais para a votação em plenário, os favoráveis ao impeachment em tese somariam 300 deputados, número aquém do mínimo necessário (342) para aprovar o processo e remetê-lo ao Senado. Nos bastidores fala-se em 320 parlamentares a favor do impeachment, ao passo que o placar lançado pelo jornal o “O Estado de S. Paulo” revela que 299 deputados estão dispostos a votar pelo afastamento da presidente da República. O número do placar do Estadão reflete a proporcionalidade obtida na Comissão do Impeachment.

Quando toma-se por base o desejo da população em relação ao impeachment, os números não mudam muito, mas mostram que é cedo para falar em definição. De acordo com pesquisa do Datafolha, 61% dos brasileiros apoiam o impedimento de Dilma. Esse número já foi maior (68%), mas ainda é considerável.

Considerando que a Câmara dos Deputados é uma Casa legislativa de representação popular e com base no resultado da pesquisa é possível afirmar que, em tese, 313 deputados são favoráveis ao impeachment da presidente Dilma. Em qualquer das simulações fica claro que é preciso mais pressão da população para que o processo seja aprovado.


No caso de o processo de impedimento da petista ser aprovado no plenário da Câmara, o mesmo seguirá ao Senado, onde uma comissão analisará o tema e poderá, com base no que dispõe a legislação vigente, rejeitar o pedido de impeachment. A possibilidade de isso ocorrer é mínima, mas na guerra deve-se trabalhar com todas as variantes. Aliás, o Palácio do Planalto já vem atuando nos bastidores do Senado para barrar a aprovação do processo.

No momento em que a Câmara aprovar o processo de impeachment no plenário, Dilma terá de se afastar da Presidência pelo prazo máximo de seis meses. Nesse período o Senado terá de analisar o pedido, produzir relatório e enviar a matéria para o plenário, que votará sobre a batuta do presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski.

Petistas e aliados do governo falam reiteradamente em golpe, mas o que há no momento é o estrito cumprimento da lei, já que Dilma Rousseff cometeu crime de responsabilidade ao se valer das chamadas “pedaladas fiscais” e por isso deve pagar, mesmo que com o cargo. A cantilena do golpe não tem qualquer embasamento jurídico, assim como fraca foi a defesa feita pelo advogado-geral da União, José Eduardo Martins Cardozo.

De tal modo, o quadro detalhado acima exige dos brasileiros de bem, que não mais suportam o atual estado de coisas, serenidade e perseverança, pois não se pode cair nas armadilhas dos governistas e deve-se reforçar a pressão nos próximos dias para que no próximo domingo (17) o resultado seja favorável ao Brasil. Depois dessa etapa, o esforço terá de ser direcionado para o Senado, onde o escambo político acontece de forma ainda mais desavergonhada.

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