Ao final de sessão que durou mais de dez horas, a Comissão Especial do Impeachment decidiu pela admissibilidade do processo de impedimento da presidente Dilma Vana Rousseff, acusada de crime de responsabilidade por conta das “pedaladas fiscais”. Por 38 votos a favor e 27 contra, os integrantes do colegiado aprovaram o relatório do deputado federal Jovair Arantes (PTB-GO).
Com discursos marcados pelo devaneio palaciano, os governistas tentaram de tudo para desqualificar o relatório pela admissibilidade do processo. Após a fala juridicamente obtusa do advogado-geral da União, José Eduardo Martins Cardozo, que mais uma vez fez a defesa da presidente da República, a base aliada adotou o discurso de que em marcha está um golpe e que o mesmo tem o apoio de Eduardo Cunha.
De acordo com os contumazes aduladores de Dilma, o presidente da Câmara dos Deputados teria interesse na aprovação do processo de impedimento porque o mesmo assumiria o cargo de vice-presidente da República, o que é uma enorme inverdade.
No caso de impedimento do presidente da República, assume o cargo o vice, sendo que o primeiro na linha sucessória passa a ser o presidente da Câmara dos Deputados, não obrigatoriamente Eduardo Cunha.
Considerando que, se aprovado no plenário da Câmara dos Deputados, o processo de impeachment seguirá para o Senado, onde pode demorar até seis meses para ser decidido, conforme prevê a legislação pertinente.
De tal modo, o processo de impeachment de Dilma Rousseff, na pior das hipóteses, será concluído no início de novembro, ou seja, três meses antes do fim da atual legislatura, que termina em 31 de janeiro de 2017. Nesse dia, se até lá não tiver o mandato parlamentar cassado, Eduardo Cunha não mais será presidente da Casa e, por consequência, deixará a linha sucessória presidencial. Em outras palavras, os governistas usam essa argumentação porque não sabem defender o indefensável governo Dilma.
