Mesmo vendo o castelo desmoronar, a presidente Dilma Rousseff parece não desistir de entoar o mantra “impeachment é golpe”. Ainda sem aceitar que cometeu crime de responsabilidade ao adotar as chamadas “pedaladas fiscais”, prática confirmada e condenada inclusive pelo Banco Central em recente relatório, a presidente da República transformou mais uma vez o Palácio do Planalto em palanque contra o processo de impedimento que avança na Câmara dos Deputados.
Nesta terça-feira (12), diante de professores e estudantes contrários ao impeachment, Dilma chamou o vice Michel Temer e Eduardo Cunha (PMDB-RJ), presidente da Câmara dos Deputados, de “chefes do golpe” e “chefes da conspiração”.
“Não sei direito qual é o chefe e qual é o vice-chefe. Um deles é a mão, não tão invisível assim, que conduz com desvio de poder e abusos inimagináveis deste processo de impeachment. O outro, esfrega as mãos e ensaia a farsa do vazamento de um pretenso discurso de posse”, disse a petista.
Dilma fez referência inominada a Cunha e Temer, este último protagonista do vazamento de uma gravação, na segunda-feira, em que dirigia-se aos correligionários falando como se o processo de impeachment já tivesse sido aprovado na Câmara.
Como informou o UCHO.INFO, o conteúdo da tal gravação, que não foi vazada por acaso, pouco tem de bombástica e traz apenas o fato de que o vice defende um governo de salvação nacional, algo que todos os brasileiros cobram, e diz estar pronto para assumir o poder no caso de impedimento da presidente. O máximo que se pode dizer a respeito do fato é que a lealdade de Temer chegou ao fim e que o vice foi precipitado. Se para Dilma isso é golpe ou conspiração, o problema é dela e de seus quejandos.
Mas a presidente não perdeu a chance de tentar se fazer de vítima na frente de tantos incautos que foram ao Palácio do Planalto sem saber por qual motivo. “[O áudio é] um gesto que revela a traição a mim, à democracia e ainda explicita que esse chefe conspirador também não tem compromissos com o povo”, disse.
“Se havia dúvida sobre o golpe, a farsa e a traição em curso, não há mais. Se havia alguma dúvida sobre minha denúncia de que há um golpe de estado em andamento, não pode haver mais. Os golpistas podem ter chefe e vice-chefe assumidos”, declarou.
“A quem interessa usurpar do povo brasileiro o direito sagrado de escolher quem governa? Como acreditar num pacto de unidade ou salvação nacional [conforme sugeriu Temer no áudio] que sequer tem uma gota de legitimidade democrática por quem o propõe? Como acreditar que haverá sustentação para tal aventura?”, questionou.
Em mais um discurso enfadonho, Dilma criticou o relatório produzido pelo deputado Jovair Arantes (PTB-GO), aprovado na Comissão Especial do Impeachment por 38 votos a favor e 27 contra, e classificou o documento como “fraude”.
“Trata-se da maior fraude jurídica e política de nossa história. Sem ela, impeachment sequer seria votado. O relatório da comissão do impeachment é instrumento da fraude. O relatório é tão frágil, sem fundamento, que chega a confessar que não há indícios, provas suficientes daquelas que chama de irregularidades e tentam me atribuir”, declarou a presidente diante de mais claque de aluguel.
A estratégia palaciana é disseminar ao máximo, País afora, a tese de que em curso está um golpe e que este deve ser condenado pela população. É preciso lembrar que, apesar do palavrório rocambolesco dos palacianos, o PT e Dilma não defendem a democracia e muito menos são garantias da mesma.
De tal modo, até o próximo essa cantilena do golpe ganhará força e espaço, mesmo que a maioria dos brasileiros queira o fim do governo mais corrupto da história nacional. Sendo assim, aos cidadãos de bem fica a recomendação para que redobrem a paciência e preparem os ouvidos, pois a falação será quase interminável.
Dilma arruinou a economia nacional, a ponto de ser obrigada a lançar mão das “pedaladas fiscais”, e foi conivente com o maior esquema de corrupção de todos os tempos, o Petrolão, mas crê que reúne condições de sobra para continuar no cargo e decidindo o futuro dos brasileiros.