PMDB: Picciani acerta com Temer liberação da bancada no caso do impeachment e enfraquece o governo

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Logo após a derrota do Palácio do Planalto na Comissão Especial do Impeachment, na Câmara dos Deputados (38 votos a favor e 27 contra o relatório), o líder do PMDB na Casa, Leonardo Picciani (RJ), fez um acordo com Michel Temer, vice-presidente da República, para liberar a bancada na votação do processo de afastamento de Dilma. A previsão é que o processo começará a ser discutido no plenário da Câmara na próxima sexta-feira (15).

A reunião ocorreu no Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência, no mesmo dia em que Temer reuniu-se, no Rio de Janeiro, com o pai do parlamentar, Jorge Picciani, presidente estadual do PMDB fluminense.

O encontro com Jorge Picciani, na histórica Base Aérea do Galeão, foi breve. Na ocasião, o peemedebista fluminense fez um balanço dos votos que a bancada deverá dar no dia da votação do impeachment no plenário e ressaltou a Temer que o afastamento de Dilma tem o apoio da maioria do PMDB do Estado. Ou seja, apenas Picciani, o filho, apoia a presidente Dilma em troca de cargos na máquina estatal.


A liberação da bancada significa que a sigla na Câmara dos Deputados não se posicionará contra ou a favor do afastamento de Dilma. Contudo, essa “neutralidade” do líder, que pode lhe custar caro, é considerada como enfraquecimento da estratégia do Palácio do Planalto de barrar o impeachment, visto que sem orientação de bancada a favor do governo os deputados poderão votar livremente no plenário, longe do o risco de serem alvo de alguma penalidade.

A mesma iniciativa também foi tomada por Leonardo Picciani na votação ocorrida na segunda-feira, na Comissão Especial, que aprovou o relatório do deputado Jovair Arantes (PTB-GO), favorável ao impeachment. “É razoável que os votos sejam dados com a consciência”, afirmou o líder peemedebista.

Os palacianos fazem contas de hora em hora para avaliar a situação da presidente Dilma Rousseff nessa reta final, mas com a liberação da bancada do PMDB o governo terá no máximo meia dúzia de votos da legenda.

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