Impeachment: após discurso tosco e voto a favor de Dilma, deputado comunista ganha cargo na Caixa

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Longe de câmeras e microfones, os palacianos mais próximos da presidente da República não escondem que o clima de derrota chegou para ficar. Isso porque o placar do impeachment aponta para a aprovação, no plenário da Câmara dos Deputados, do processo de impedimento de Dilma Vana Rousseff. Mesmo assim, o governo continua negociando nos bastidores, cumprindo as promessas feitas àqueles que já se posicionaram contra o impeachment.

Deputado federal pelo Paraná e “cristão novo” na Rede, partido capitaneado por Marina Silva, o jovem comunista Aliel Machado começa a ver brotar os dividendos de seu voto na Comissão Especial do Impeachment, que aprovou o relatório pela admissibilidade do processo.

Antes de anunciar seu voto na Comissão Especial, Aliel fez um discurso rocambolesco e recheado de mensagens subliminares que servem para nada, mas seu protagonismo pode lhe render o direito de indicar o novo Superintendente da Caixa Econômica Federal nos Campos Gerais, região do interior do Paraná.


Na última segunda-feira (11), Aliel Machado votou contra o relatório que recomenda a abertura de processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Ao fazer uso da palavra, o parlamentar disse que pagaria por seu voto e despejou sobre o colegiado um discurso fraco e marcado por preciosismos novelescos. “A emoção hoje toma conta, mas é a razão que ficará na história. Não tenho medo de enfrentar quando tenho razão no meu coração. Voto não”, disse um nervoso Aliel, que não poupou o PT de duras críticas.

O atual superintendente da Caixa na região, Luiz Henrique Borgo, que é filiado ao PT, será transferido, abrindo vaga para o indicado do deputado da Rede. Anteriormente filiado ao PCdoB, Aliel ainda mantém relações próximas com lideranças petistas, como a senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR), que colaborou financeiramente com a campanha do jovem deputado.

“Razão no coração” é uma novidade na seara da coerência e do realismo, mas mudanças ocorrem a todo instante sem que o ser humano as perceba. Se de fato Aliel Machado tinha, no momento do voto, “razão no coração”, como ele próprio disse, a indicação de alguém para uma superintendência regional da Caixa foi um penduricalho que mostra ser sua razão mentirosa e o seu coração indigno de um só pulsar.

Aliel é mais um gazeteiro de esquerda que bate no peito ao falar em democracia, ao mesmo tempo em que se dependura na estrutura do governo. Enfim, nessa barafunda em que se transformou o Brasil tudo é possível.

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