Vitória de Pirro: prisão de Gim Argello e eventual delação provocam pânico em gabinete do TCU

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A prisão preventiva do ex-senador Gim Argello (PTB-DF) na Operação Vitória de Pirro, 28ª fase da Operação Lava-Jato, provocou uma onda de preocupação na Praça dos Três Poderes e suas cercanias. O primeiro ponto de tensão é o Palácio do Planalto, onde integrantes da cúpula do governo temem por um acordo de delação premiada por parte de Argello, que sabe muito mais sobre a administração petista do que muitos “companheiros” gostariam. Afinal, Gim foi o principal articulador político no Senado do primeiro governo Dilma.

A segunda parada da onda de preocupação é o Senado Federal, onde alguns parlamentares sabem que na esteira de acordo de colaboração premiada Gim Argello falaria muito além do que gostariam seus outrora parceiros de irregularidades. Um dos que temem pelo depoimento de Argello é o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), cuja situação piora sobremaneira com o passar do tempo.

O terceiro ponto de parada da avalanche de preocupação é o Tribunal de Contas da União (TCU), onde ao menos um ministro está sem dormir desde a prisão de Gim. Trata-se do ex-senador Vital do Rêgo Filho (PMDB-PB), ex-presidente da CPMI da Petrobras e cujo nome foi citado por Delcídio Amaral em delação no escopo da Operação Lava-Jato.


Segundo denúncia de Delcídio, as propinas eram divididas entre Vital do Rêgo Filho, Gim Argello e os deputados federais Marco Maia (PT-RS) e Fernando Francischini (PSDB-PR). De acordo com documentos disponibilizados pela Justiça, executivos das empreiteiras eram obrigados a jantar em Brasília às segundas-feiras e negociar o valor da não convocação. Dono da UTC, Ricardo Pessoa, em delação premiada, afirmou ter pago R$ 5 milhões aos parlamentares para se livrar de convocação.

Segundo Delcídio, certa feita o empresário Júlio Camargo mostrou profunda irritação com cenário criminoso montado pelos senadores. Coincidência ou não, a CPMI da Petrobras terminou sem que os executivos das empreiteiras fossem indiciados pelo colegiado.

Encerrada a delação de Delcídio Amaral, o paraibano Vital do Rêgo Filho negou envolvimento no esquema de cobrança de propina na CPMI. Dos políticos citados por Delcídio na delação, o único sem mandato é Gim Argello, o que possibilitou sua prisão a partir de decisão do juiz federal Sérgio Moro.

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