Impeachment de Dilma pode levar à delação premiada de André Vargas, que arrastaria os comparsas

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Com a marcha do impeachment caminhando na direção da aprovação no plenário da Câmara dos Deputados, muitos presos na Operação Lava-Jato podem reavaliar o silêncio obsequioso a que se submetem por motivos dos mais diversos. Isso significa que novas delações premiadas podem surgir no horizonte do Petrolão, o maior escândalo de corrupção de todos os tempos.

Um dos que podem soltar a voz é o ex-deputado federal André Vargas, que encontra-se preso no Complexo Médico-Penal de Pinhais, na Grande Curitiba, por determinação do juiz federal Sérgio Moro. Preso na Operação “A Origem”, 11ª fase da Lava-Jato, Vargas operou um esquema fraudulento e criminoso que funcionou nos subterrâneos da Caixa Econômica Federal e no Ministério da Saúde. Fora isso, o ex-vice-presidente da Câmara atuava em conluio com o doleiro Alberto Youssef, um dos principais delatores do Petrolão.

Se por um lado as autoridades prenderam, na Operação A Origem, sete envolvidos no esquema de corrupção que chacoalha o País, por outro deixaram de lado alguns dos envolvidos no esquema criminoso operado por André Vargas. O que permitiu que muitos desses alarifes conseguissem movimentar recursos ilegais e destruir provas.

Condenado à quatorze anos e quatro meses de prisão pelos crimes de corrupção passiva, lavagem de dinheiro, e foi absolvido pelo crime de pertinência a organização criminosa, André Vargas, que foi secretário de Comunicação do Partido dos Trabalhadores, é forte candidato à delação premiada. Isso porque mesmo tendo deixado o PT, ainda cultiva sólidas amizades na legenda. Com a possível derrocada da sigla na esteira do impeachment da presidente da República, Vargas perceberá a confirmação do seu abandono.


De tal modo, o ex-petista não pagará sozinho e calado por crimes cometidos em conluio com parceiros de longa data. Um dos envolvidos no esquema e que pode acabar na prisão é um conhecido e arrogante empresário de Brasília, de nome Alceu, que desde a deflagração da Lava-jato está recolhido.

O tal empresário, que ganhou dinheiro a rodo e costumava emprestar seu jatinho para André Vargas fazer viagens urgentes por todo o País, tem se movimentado nos bastidores com excesso de cuidado e só sai de casa para ir ao escritório que mantém no condomínio comercial Brasil 21, na capital dos brasileiros. Sempre a bordo de carros importados e luxuosos, Alceu se desloca pela cidade na companhia da mulher, na maioria das vezes, mas não mudou a forma de tratar seus convivas. Abusa da prepotência, como se ainda estivesse operando nos subterrâneos em parceria com André Vargas.

As ações do bando renderam tanto dinheiro, que Alceu trocou um caríssimo e confortável apartamento de cobertura, fincado no Setor Noroeste de Brasília, por uma igualmente cara e luxuosa mansão no Lago Sul. No momento em que a força-tarefa da Lava-Jato tomar o depoimento de delação premiada de André Vargas e colocar as mãos no tal Alceu, não sobrará pedra sobre pedra na capital federal.

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