Decisão do PSD a favor do impeachment e renúncia de Kassab aumentam o isolamento de Dilma

(Pedro Ladeira - Folhapress)
(Pedro Ladeira – Folhapress)

Está cada vez mais acre o sabor de derrota que embala as desanimadas conversas no núcleo duro do governo de Dilma Rousseff. Isso porque os desembarques na base aliada crescem de forma contínua, inviabilizando a estratégia palaciana de conter o processo de impeachment no plenário da Câmara dos Deputados.

Depois de PMDB, PP, PTB e PRB, coube ao PSD não apenas decidir pela votação a favor do impeachment, mas desembarcar de vez do cambaleante governo Dilma. Na quarta-feira (13), como antecipou o UCHO.INFO, a direção PSD havia decidido liberar a bancada na Câmara para a votação do impeachment, mas nesta quinta-feira uma nova notícia aumentou o desânimo que reina no Palácio do Planalto.

Ministro das Cidades, Gilberto Kassab preferiu entregar o cargo e reforçar a decisão de recomendar aos deputados da legenda voto a favor do impedimento da petista. Com esse novo capítulo, a epopeia do impeachment começa a ganhar contornos de tragédia grega, pois é cada vez maior de o projeto ser aprovado em plenário com larga vantagem.


Até quinta-feira (13), quando o partido liberou os parlamentares, ao menos 26 deputados já haviam manifestado a intenção de votar contra o governo. Com a renúncia de Kassab, esse número deve aumentar com certa facilidade. O partido tem 36 deputados, mas estima-se que 29 votem a favor do impeachment de Dilma.

A decisão do PSD tem no foco não apenas a questão do impeachment da presidente da República, mas as eleições municipais deste ano, pois nenhum político se apresentará aos eleitores com a mácula de ter votado a favor do governo mais corrupto e incompetente da história nacional.

Sendo assim, Kassab, que tem interesse claro de ver o PSD crescer em termos partidários na esfera municipal, principalmente na capital paulista, onde é maciço o número de eleitores favoráveis ao impeachment, preferiu deixar o governo de Dilma Rousseff, antes que sua permanência na Esplanada dos Ministérios produzisse efeito contrário. Fora isso, a falta de capacidade do governo de fazer investimentos tirou o brilho político do Ministério das Cidades.

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