Impeachment: comunista boa estampa Aliel Machado adere ao “já que não tem tu, vai tu mesmo”

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A hipocrisia é cíclica na política nacional, assim como é devastadora. Apostando no discurso esquerdista radical, que sempre infesta a juventude, e na estampa típica dos tempos modernos da beleza tupiniquim, o deputado federal Aliel Machado (Rede-PR) é o que se pode chamar de materialização do engodo.

Na tarde deste sábado (16), fazendo uso da palavra, Aliel Machado subiu à tribuna da Câmara dos Deputados para, com gritaria rouca e desconexa, mostrar ao País que é um “babyface” que não sabe o que quer e contenta-se facilmente com a tese “já que não tem tu, vai tu mesmo”.

Protegido da senadora Gleisi Helena Hoffmann (PT-PR), que cada vez mais afunda na lama putrefata do Petrolão, o maior escândalo de corrupção da História, Aliel Machado votou contra o relatório aprovado na Comissão Especial do Impeachment e manterá essa posição na votação que começará às 14 horas de domingo (17) no plenário da Câmara.

Em seu discurso, o deputado paranaense criticou o governo de Dilma Rousseff, mas não perdeu a chance de fazer o mesmo em relação a um eventual governo de Michel Temer. Aliel não poupou de críticas as mentiras vociferadas por Dilma na campanha presidencial de 2014, as quais, na opinião do parlamentar, levaram o Brasil à crise atual, ao mesmo tempo em que afirmou ser a eventual chegada de Temer ao poder central o atalho para fazer de Eduardo Cunha o próximo vice-presidente da República.

Lamentavelmente, no Brasil o que funciona é “vender” à opinião pública uma ideia distorcida dos fatos, apenas porque uma parte da população prefere ser enganada na maior parte do tempo. Aliel Machado é o que se pode chamar de reedição piorada do senador Lindbergh Farias (PT-RJ), ex-presidente da UNE e outrora líder dos “caras pintadas”, que se valeu da boa estampa para ingressar na política e cair na dança.


Entre ser o primeiro na linha sucessória presidencial e estar vice-presidente da República há uma grande diferença. A Constituição Federal brasileira determina que o presidente da Câmara dos Deputados é o segundo na linha sucessória da Presidência da República, mas que transforma-se em primeiro da fila no caso de ausência do vice. Se o impeachment de Dilma for confirmado e Michel Temer assumir o cargo de presidente da República, o primeiro na linha sucessória será, por pouco tempo, Eduardo Cunha.

O que o oportunista Aliel Machado não diz é que o mandato de Cunha como presidente da Câmara termina em 31 de janeiro de 2017, quando será eleita a nova Mesa Diretora da Casa legislativa. Considerando que a situação de Eduardo Cunha não é das melhores e que é grande a chance de ele ser afastado em breve do comando da Câmara e também de ter o mandato cassado, não há razão para esse alarde que serve apenas para o governo tentar cooptar os plantonistas dispostos a trair a Pátria.

Aliel, a bordo de verborragia insana e populista, disse que um possível governo de Michel Temer seria uma volta ao passado, pois o vice está negociando intensamente no Palácio do Jaburu com políticos que apostam todas as fichas na queda de Dilma. Porém, o deputado da Rede não falou sobre o rufião político do governo, o alarife Lula, que transformou um quarto de hotel em lupanar de negociatas, distribuição de cargos e acertos em dinheiro. De igual modo, Machado preferiu não comentar a troca que fez com o governo Dilma antes de votar contra o relatório favorável ao impeachment.

O deputado paranaense foi além e disse que a possível transformação de Cunha em vice-presidente da República é um absurdo, pois o mesmo é investigado por corrupção e outros crimes no escopo da Operação Lava-Jato, mas Aliel preferiu não lembrar que Lula também encontra-se em situação idêntica e que muitos próceres do PT estão atrás das grades por crimes idênticos.

Em suma, Aliel Machado, que poderia ter enveredado por outras plagas, que não a do Parlamento, é mais uma “carinha bonitinha” na decadente política nacional a enganar a população com um discurso insuportavelmente radical e que leva a nada. Contundo, para a infelicidade geral da nação, essa fórmula tem funcionado no País, levando ao mundo podre da política os oportunistas profissionais.

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