Impeachment: discursos durante votação na Câmara mostraram que o Brasil é país de 3º mundo

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“Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição”. É o que prega a nossa Carta Magna no seu artigo 1º, parágrafo I. A Câmara dos Deputados é a Casa do povo. Isso deve estar escrito em lugar algum, mas não é preciso muito esforço para perceber que o Brasil vai de mal a pior. Afinal, se os deputados são reflexo imediato da sociedade, a votação do pedido de impeachment da presidente da República no plenário da Câmara não deixou dúvidas a respeito.

Bons tempos aqueles em que sobravam no Congresso políticos capacitados, os quais faziam de suas atitudes marcos históricos, dos seus discursos, inesquecíveis aulas magnas. Ulysses Guimarães e Paulo Brossard são dois destacados representantes de um cenário que dificilmente terá lugar na história brasileira de agora em diante. Mas isso é coisa do passado. Não se trata de saudosismo explícito, mas de querer um futuro melhor para um país decadente em termos de formação do cidadão.

Entre a disputa político-partidária e a votação de um pedido de impeachment há uma grande distância, mas em ambas as situações é preciso manter a coerência, o respeito e a dignidade. O que se viu ao longo do domingo (17) foi um encontro de rivais que usavam o único microfone do plenário para destilar um besteirol jamais visto. Do mantra “impeachment sem crime é golpe” ao “tchau querida”, passando por homenagens a familiares e invocações ao nome de Deus, tudo teve espaço nesse espetáculo pífio que mostrou mais uma vez que o Brasil está longe de ser um país sério.

Uma coisa é querer o fim do governo mais corrupto da história nacional, algo que se tornou possível na esteira das “pedaladas fiscais”, outra é transformar um julgamento importante em comemoração de título conquistado pelo time do coração. Como tem afirmado o UCHO.INFO ao longo das últimas horas, os brasileiros de bem venceram apenas uma batalha, mas há pela frente muitas outras antes de poder-se afirmar que a guerra foi triunfal.


A votação na Câmara foi deprimente e mostrou de forma inequívoca que o cenário atual não mudará tão cedo. Com deputados que não sabem falar e outros que têm dificuldades para ler o que foi mal escrito, pensar em futuro melhor é mera utopia do pensamento. Sem contras os plurais que foram assassinados de forma singular. Aliás, o que se viu na Câmara não passou de irresponsabilidade atroz daqueles que ousaram dizer que votariam em nome de um futuro melhor para as próximas gerações.

Nem mesmo o mais otimista dos homens seria capaz de dizer, diante do espetáculo pífio que teve lugar no plenário da Câmara, que o Brasil poderá viver novos tempos, que recuperou a esperança. Não se trata de desmerecer a importante vitória na batalha inicial, mas de ter consciência de que se nada mudar a tragédia atual há de continuar. Quiçá possa piorar e muito.

Durante os dias que antecederam a votação, nos discursos desesperados dos governistas, sobraram menções aos avanços na Educação por conta da atuação de Dilma Rousseff, Lula e seu bando. Considerando que o PT está há mais de treze anos no poder, ao menos algum resultado positivo deveria ter surgido dessa suposta dedicação oficial à Educação.

Ao contrário, o que saltou os olhos dos mais atentos é que o Brasil continuará por muito tempo na condição de reles “república bananeira”, cenário ideal para os oportunistas de plantão que fazem de um mandato eletivo uma cornucópia bandoleira, além de terreno fértil para os bandoleiros que fazem do discurso socialista um escudo para crimes sequenciais.

O UCHO.INFO continuará em sua árdua, incansável e diária missão de lutar pelo Brasil e pelos brasileiros, mas é preciso que cada cidadão faça a sua parte e cobre aquilo que é devido à sociedade como contrapartida da absurda e criminosa carga tributária que nos é imposta. Até porque, a relação entre o Estado e o cidadão é uma balança adulterada que sempre favorece o lado mais forte.

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