Nesta quinta-feira (21), o Templo de Hera, na cidade grega de Olímpia, onde eram realizados os Jogos na Antiguidade, dará continuidade à tradição de celebrar a cerimônia de acendimento da tocha olímpica. O evento abrirá a contagem regressiva para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.
Desta vez, a passagem da tocha olímpica pela Grécia terá grande vínculo com a crise de refugiados, já que um dos locais a serem percorridos no país será o centro de amparo de Eleonas, em Atenas, onde um refugiado sírio que pediu asilo na Grécia participará de um dos revezamentos. O nome do refugiado sírio escolhido para carregar a tocha permanece mantido em sigilo e será revelado apenas na próxima sexta-feira.
A atriz Katerina Lehou será a Grande Sacerdotisa de Olímpia que acenderá a chama diante de um espelho parabólico que desviará os raios solares em direção à tocha, em uma invocação ao deus Apolo. Ela passará o fogo sagrado ao primeiro portador da tocha, o ginasta Eleftherios Petrounias, campeão mundial e europeu de argolas, de 25 anos.
Petrounias ganhou no ano passado a medalha de ouro nas argolas nos Mundiais de Glasgow, nos Europeus de Montpellier e nos primeiros Jogos Europeus em Baku.
As autoridades gregas trabalham no entorno de Olímpia em uma ampla operação de recolhimento de lixo ao longo de toda a rota da tocha e regiões próximas. “A antiga Olímpia está resplandecente, o clima é de festa e esperamos que esta imagem seja mantida”, disse nesta quarta-feira o prefeito de Olímpia, Giorgos Georgakopoulos, em declarações à imprensa local.
A partir desta quinta e durante seis dias a tocha atravessará diferentes regiões da geografia grega, como as ilhas de Zakintos e Corfu, diversos sítios arqueológicos e Maratona, cidade que dá nome à corrida de longa distância em homenagem ao soldado grego Fidípides, além do campo de refugiados de Eleonas, no oeste de Atenas, onde o refugiado sírio participará do revezamento.
Ao todo, 450 pessoas farão com que a tocha olímpica percorra 2.234 quilômetros em sua passagem pelo território grego. A tocha fará sua última parada na Grécia no dia 27 de abril no Estádio Panatenaico, sede dos Jogos Olímpicos de Atenas de 1896, que completam 120 anos.
Este ano também serão lembrados os 80 anos desde a primeira vez que a tocha foi acesa em Olímpia nos Jogos modernos, uma iniciativa propagandística da Alemanha nazista para os Jogos Olímpicos de 1936 em Berlim.
Os revezamentos terminarão no dia 5 de agosto no estádio do Maracanã, quando o último portador levar a tocha à cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, os primeiros a serem realizados na América do Sul.
Dilma desiste de ir à Grécia
Segundo informações do Comitê olímpico grego no dia 8 passado, a presidente Dilma Rousseff decidiu cancelar a viagem que faria à Grécia em abril para acompanhar a cerimônia de acendimento da tocha dos Jogos Olímpicos Rio 2016 na cidade de Olímpia.
De acordo com o comitê grego, havia a previsão de que Dilma comparecesse ao evento em Olímpia, em 21 de abril, ao lado do presidente Prokopis Pavlopoulos e do chefe do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach.
A cerimônia ocorrerá apenas poucos dias após a aprovação do pedido de abertura do processo de impeachment de Dilma pelo plenário da Câmara dos Deputados, ocorrida em 17 de abril. O processo foi encaminhado ao Senado.
“A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, cancelou sua presença no evento, de acordo com informação fornecida ao Comitê Olímpico Helênico pela embaixada do Brasil”, afirmou o comitê grego.
Logo após a divulgação, o Palácio do Planalto confirmou que a presidente não viajará à Grécia, entretanto disse que a visita de Dilma nunca esteve confirmada uma vez que a cerimônia de acendimento da tocha acontece no meio de dois eventos da ONU em Nova York com presença prevista da presidente, uma sessão especial da Assembleia-Geral da ONU sobre drogas e a assinatura do acordo de Paris sobre as mudanças do clima, nos dias 19 e 22 de abril.
A cerimônia da tocha será realizada no local de origem dos Jogos Olímpicos da Grécia antiga tradicionalmente. O evento marca a contagem regressiva para a maior competição multiesportiva do mundo, e dá início ao revezamento da tocha olímpica até a cerimônia de abertura da Olimpíada.
A cidade do Rio de Janeiro receberá os primeiros Jogos Olímpicos da América do Sul de 5 a 21 de agosto.