Crise: economistas preveem inflação oficial abaixo de 7% em 2016 e queda ainda maior do PIB

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Consultados pelo Banco Central (BC), como acontece semanalmente, economistas creem que a inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), fechará o corrente ano abaixo de 7%. É o que mostra o Boletim Focus, do BC, divulgado nesta segunda-feira (25)., que traz projeção de 6,98% para o IPCA, contra 7,08% da previsão anterior. Há um mês, a projeção dos especialistas indicava índice de 7,31%.

Esse resultado decorre de queda acentuada no consumo, o que levou à paralisia de muitos setores da indústria, quebradeira no comércio e, por consequência, queda da inflação oficial. Mesmo assim, muitos produtos e serviços tiveram os preços majorados, o que vem assustando sobremaneira a população.

Em relação à taxa básica de juro, a Selic, o mercado financeiro espera que o índice termine o ano em 13,25%, contra os atuais 14,25%, que está em vigor desde agosto de 2015. Na última semana, a estimativa dos especialistas estava em 13,38%. Para o próximo ano, os economistas preveem que a Selic feche em 12,00%, ante 12,25% da projeção anterior.


Como mencionado acima, o péssimo desempenho da economia é o mal de todos os males. Para os especialistas, em 2016 o Produto Interno Bruto (PIB) deverá registrar queda de 3,88%, contra 3,80% da estimativa anterior. Para 2017, a previsão de crescimento do PIB registrou leve melhora, de 0,20% para 0,30%, mas até lá há um longo caminho a percorrer – vinte meses.

No tocante à relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB de 2016, a projeção dos economistas saltou de 41,40% para 41,80%. Em 2017 esse cenário piora muito, pois a taxa projetada passou de 46,35% para 46,39%. Ou seja, a dívida líquida pública não precisará de muito tempo para chegar a 50% do PIB, número preocupante.

Em relação ao câmbio, o mercado financeiro manteve a estimativa, para 2016, de R$ 3,80 para cada dólar. Para o fim de 2017, as estimativas para a divisa norte-americana ficaram no patamar de R$ 4,00.

Os números do Boletim Focus mostram de forma clara que será preciso muito esforço por parte do governo para reverter o cenário atual, independentemente de quem seja o presidente da República, que terá de contar com o apoio incondicional dos brasileiros. Do contrário, o País afundará ainda mais na crise. Chama a atenção o recuo mais acentuado do PIB e o avanço da relação entre a dívida líquida pública e o PIB.

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